Por Eduardo Alves


Os mais recentes passos dados na questão do Processo de Bolonha foram agora explicados na UBI

A Agência Nacional para os Programas Comunitários (ANPC) tem vindo a realizar algumas sessões de esclarecimento sobre o Processo de Bolonha. Uma iniciativa que dá pelo nome de “promotores de Bolonha” e que visitou, na passada semana, a UBI.
Três personalidades ligadas ao ensino superior começaram por explicar os principais pontos que orientam aquele que vai ser um novo sistema de ensino, a nível europeu. Os estudos realizados nesta área “são ainda bastante superficiais”, refere Carlos Sousa, ligado à equipa de pessoas que veio falar sobre o assunto. Para os Promotores de Bolonha, ainda muito está por explorar em todas a legislação que rege o ensino superior. Contudo, “os passos dados até aqui evidenciam já que esta é uma das mais importantes mudanças a implementar nas Universidades”.
Este debate que juntou algumas dezenas de docentes da UBI no anfiteatro 8.1 contou também com a presença de representantes do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Instituto Politécnico da Guarda e da Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo. A todos os profissionais de ensino foi explicado, por Dulce Carapiço, coordenadora para a área da educação da ANPC, que o Processo de Bolonha “vai garantir que o ensino seja feito através da compreensão de conteúdos”. Isto porque, uma das questões que tem gerado maior discussão no seio da comunidade docente “faz referência à pedagogia e forma como são transmitidos os conhecimentos aos alunos”, reitera Carlos Sousa, dos Promotores de Bolonha.
A situação tende agora a mudar através de uma importância acrescida que os docentes têm de dar “a actividades extra-curriculares e à participação dos alunos no acompanhamento das matérias”, reitera Dulce Carapiço. Segundo os condutores deste debate, “o desenho dos cursos” tem de ser revisto. Aplicar novas metodologias de ensino, “adaptadas a cada área do saber”, são formas de “levar todo este processo a bom porto”, afiança a representante da ANPC.




Promotores das competências

Uma das certezas avançadas na UBI, relativamente às mudanças a serem operadas no ensino superior, prende-se com os métodos de avaliação. A metodologia clássica de classificação por prova escrita, pontual e de algumas horas “vai ter de ser completamente alterada”, defende Carlos Sousa. No entender dos promotores de Bolonha, os docentes vão ter de “desenvolver actividades complementares, de forma a poderem ter uma avaliação contínua, diária, dos seus alunos”. Uma mudança que também será alargada ao desempenho dos alunos “que têm de dedicar uma maior atenção às disciplinas e ao trabalho para estas”, remata o interveniente. Esta espécie de fórum dedicado a todos os docentes e interessados nas novas mudanças que se vão operar no superior reuniu um número considerável de participantes. Ainda assim, os responsáveis por este tipo de actividades preferem aferir o sucesso das mesmas através do número de questões debatidas nos encontros.
A UBI parece ter sido abastada no número de intervenções. Para além de todas as mudanças que se esperam registar neste grau de ensino, os docentes interrogaram ainda os conferencistas sobre a forma como certas transformações vão ser realizadas. No sistema actual, a metodologia de avaliação dos alunos está tipificada para turmas com um elevado número de estudantes. Bolonha defende um ensino mais personalizado, mais próximo do aluno, “mas como é que isso se torna possível numa cadeira com 200 ou 300 alunos”, interrogaram alguns docentes da UBI. Dulce Carapiço apenas refere que “este são processos que vão ter de ser ainda aferidos”.