A Agência Nacional
para os Programas Comunitários (ANPC) tem vindo
a realizar algumas sessões de esclarecimento sobre
o Processo de Bolonha. Uma iniciativa que dá pelo
nome de “promotores de Bolonha” e que visitou,
na passada semana, a UBI.
Três personalidades ligadas ao ensino superior começaram
por explicar os principais pontos que orientam aquele
que vai ser um novo sistema de ensino, a nível
europeu. Os estudos realizados nesta área “são
ainda bastante superficiais”, refere Carlos Sousa,
ligado à equipa de pessoas que veio falar sobre
o assunto. Para os Promotores de Bolonha, ainda muito
está por explorar em todas a legislação
que rege o ensino superior. Contudo, “os passos
dados até aqui evidenciam já que esta é
uma das mais importantes mudanças a implementar
nas Universidades”.
Este debate que juntou algumas dezenas de docentes da
UBI no anfiteatro 8.1 contou também com a presença
de representantes do Instituto Politécnico de Viana
do Castelo, Instituto Politécnico da Guarda e da
Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo. A todos
os profissionais de ensino foi explicado, por Dulce Carapiço,
coordenadora para a área da educação
da ANPC, que o Processo de Bolonha “vai garantir
que o ensino seja feito através da compreensão
de conteúdos”. Isto porque, uma das questões
que tem gerado maior discussão no seio da comunidade
docente “faz referência à pedagogia
e forma como são transmitidos os conhecimentos
aos alunos”, reitera Carlos Sousa, dos Promotores
de Bolonha.
A situação tende agora a mudar através
de uma importância acrescida que os docentes têm
de dar “a actividades extra-curriculares e à
participação dos alunos no acompanhamento
das matérias”, reitera Dulce Carapiço.
Segundo os condutores deste debate, “o desenho dos
cursos” tem de ser revisto. Aplicar novas metodologias
de ensino, “adaptadas a cada área do saber”,
são formas de “levar todo este processo a
bom porto”, afiança a representante da ANPC.
Falar sobre as transformações
do superior, aos docentes foi uma das metas desta
acção
|
Promotores das competências
|
Uma das certezas avançadas na UBI, relativamente
às mudanças a serem operadas no ensino superior,
prende-se com os métodos de avaliação.
A metodologia clássica de classificação
por prova escrita, pontual e de algumas horas “vai
ter de ser completamente alterada”, defende Carlos
Sousa. No entender dos promotores de Bolonha, os docentes
vão ter de “desenvolver actividades complementares,
de forma a poderem ter uma avaliação contínua,
diária, dos seus alunos”. Uma mudança
que também será alargada ao desempenho dos
alunos “que têm de dedicar uma maior atenção
às disciplinas e ao trabalho para estas”,
remata o interveniente. Esta espécie de fórum
dedicado a todos os docentes e interessados nas novas
mudanças que se vão operar no superior reuniu
um número considerável de participantes.
Ainda assim, os responsáveis por este tipo de actividades
preferem aferir o sucesso das mesmas através do
número de questões debatidas nos encontros.
A UBI parece ter sido abastada no número de intervenções.
Para além de todas as mudanças que se esperam
registar neste grau de ensino, os docentes interrogaram
ainda os conferencistas sobre a forma como certas transformações
vão ser realizadas. No sistema actual, a metodologia
de avaliação dos alunos está tipificada
para turmas com um elevado número de estudantes.
Bolonha defende um ensino mais personalizado, mais próximo
do aluno, “mas como é que isso se torna possível
numa cadeira com 200 ou 300 alunos”, interrogaram
alguns docentes da UBI. Dulce Carapiço apenas refere
que “este são processos que vão ter
de ser ainda aferidos”.
|