João Cunha
NC / Urbi et Orbi


A população tem mostrado o seu protesto junto à escola

Parece uma telenovela mas não é. Mas que alimenta a discussão por vezes mais acalorada no quotidiano da vila lá isso alimenta. De facto, esta polémica gira em torno da localização do Centro de Saúde nas antigas instalações da Junta de Freguesia, onde em tempos mais remotos funcionou a Cantina Escolar. Recorde-se que pais, encarregados de educação, docentes do 1º Ciclo e Pré - Escola, Agrupamento de Escolas do Paul e Entre Ribeiras, todos contestam a decisão do executivo local em materializar o projecto do Centro de Saúde do Paul, num equipamento (escolar) que segundo eles faz falta às crianças que frequentam a rede escolar básica local.
Ainda de acordo com os contestatários, “não está em causa a necessidade do Centro de Saúde, mas sim a sua localização. A ser feito deve ser de raiz e nunca adaptado a um edifício que não foi concebido para esta finalidade.”.
A comunidade educativa começou há muito tempo a pedir a cedência da Cantina Escolar instalada num edifico contíguo à Escola do 1º Ciclo, justificando o pedido com o objectivo de aí poder desenvolver actividades extra-escolares e servir-se as refeições às crianças, acrescentando ainda um imperativo legal que obriga a componente Social de Apoio à Família, ser realizada fora do contexto escolar.
A Junta de Freguesia fez sempre “ouvidos de mercador” alegando que estava a utilizar este espaço como sede. Só que agora o edifício está devoluto e a pertinência do pedido da comunidade educativa ganhou outro relevo e outra dimensão com os pais a aumentar o tom do protesto e a encetar outras diligências nomeadamente, a realização de um novo abaixo-assinado e a colocação de faixas a exigir a cedência do edifício em causa.

Põe e tira, tira e põe

Ao que parece a Junta de Freguesia não está disposta a ceder a esta pretensão tal como nos adiantou há algum tempo um dos seus elementos, como também não “tolera” a colocação de faixas de protesto na antiga Cantina Escolar, ou mesmo no perímetro do edifício escolar. A verdade é que os pais já por três vezes usaram esta forma de protesto e outras tantas vezes viram serem retiradas as mesmas. A última vez que este autêntico jogo “do gato e do rato” teve os protagonistas “em campo” foi na passada sexta-feira 18 de Fevereiro, desta feita, com contornos mais preocupantes.
Com efeito, a comissão de pais que lidera esta revindicação pediu autorização à Escola do 1º Ciclo para colocar nos varandins do edifício escolar as faixas onde se podia ler, “ A cantina é das crianças do Paul” e “Posto Médico sim, mas num local apropriado e não na cantina”, mas nem assim escapou à rapidez que dois solícitos “voluntários” alegadamente a mando do executivo local demonstraram na remoção das mesmas dentro do perímetro escolar e segundo parece sem estarem devidamente autorizados pelo corpo docente, isto segundo, um documento manuscrito que nos fizeram chegar.