Segundo um dos mais conceituados especialistas neste sistema de saúde, o CHCB está a funcionar em boas condições
Especialista elogia
“Triagem de Manchester”
no Centro Hospitalar

EEm conferência na UBI, os especialistas hospitalares falaram sobre o processo de atendimento dos doentes em unidades hospitalares. O caso do CHCB foi dado como um exemplo positivo.


Liliana Machadinha
NC / Urbi et Orbi


Tornar o Sistema Nacional de Saúde (SNS) mais eficaz e humanizado foi o intuito da conferência intitulada “Gestão de resultados para os utentes dos serviços de saúde”, que se realizou na UBI. Gerir com eficiência, desenvolver parcerias com outros serviços e entendimento destes, para atingir uma maior eficácia, foram alguns dos pontos salientados por Paulo Cordeiro Pereira, autor da conferência.
“Deixar o sistema mecanizado dos problemas do SNS e mostrar o parecer dos utentes” é o objectivo do estudo de Paulo Pereira, consultor e docente de programas de desenvolvimento de competências para a indústria farmacêutica do Instituto Superior de Tecnologias Avançadas (ISTEC). Apresentado, por convite da Universidade da Beira Interior (UBI), no âmbito do curso de mestrado em Gestão de Unidades de Saúde, o estudo pretende destacar alguns dos problemas do SNS, em termos de prestação de serviços aos utentes.
Também a acessibilidade ao serviço de saúde é outro dos aspectos focados por Pereira, como um dos problemas que atingem os utilizadores do sistema. Os Centros de Saúde (CS), nomeadamente, são “normalmente alvo de desconfiança por parte doentes, quer seja pelo atendimento pouco humanizado, pelo tratamento ou devido ao médico”, garante. O “muito” tempo de se demora a marcar as consultas é outro dos aspectos negativos salientados que causam a falta de confiança nos utentes. Esta situação, esclarece Pereira, faz com que os doentes se dirijam para as urgências dos hospitais, de forma a serem assistidos “quase de imediato”. Mas como, explica, a maioria dos casos nas emergências não são urgentes e “por vezes entopem as urgências como aconteceu recentemente devido à gripe”. Para Cordeiro Pereira, esta junção de problemas prejudica “todo o processo do SNS causando a ineficácia”.
Para aliviar o excesso de casos nas urgências dos hospitais, criam-se sistemas de controlo e detecção de casos mais graves que outros. O Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) adoptou o procedimento de cores para atender os utentes conforme a gravidade. Apesar de causar algum embaraço aos doentes, Pereira concorda com o processo, visto “dar resultados”. Pode não ser dos mais indicados, pois resulta do “mau funcionamento das urgências e dos Centros de Saúde, mas é necessário para uma primeira triagem”. O sistema de cores permite “ordenar o acesso às emergências e evita o estrangulamento nos serviços”, continua ainda.