O Sindicato dos Profissionais
de Polícia (SPP/PSP) entregou na última
terça-feira, 15, no Tribunal Administrativo de
Lisboa, uma queixa contra o Estado Português, com
o objectivo de penhorar bens do Ministério da Administração
Interna. Segundo diz, para “pagar as dívidas
aos profissionais de polícia”. O Sindicato
fala em vários problemas por resolver e os representantes
do SPP no distrito frisam que os agentes da zona são
também afectados.
Por exemplo, em relação ao fardamento que,
segundo Leonel Silva, representante do Sindicato, é
uma das necessidades mais prementes, por não ser
adequado à região e não permitir
a devida protecção aos agentes em climas
mais adversos, como acontece com as temperaturas que se
chegam a fazer sentir na cidade. “A Direcção
Nacional tem conhecimento disso e prometeu resolver, mas
ainda não foi feito nada. E isso acaba por se reflectir
nos dias de baixa que se verificam”, sublinha. Por
isso entende que não importa apenas actualizar
o subsídio de fardamento, mas adequá-lo
aos locais onde vai ser usado.
A não recontagem do tempo de serviço para
permitir o acerto dos escalões, o atraso do pagamento
dos serviços gratificados, por exemplo em eventos
desportivos, assim como as comparticipações
do Serviço de Assistência à Doença,
são algumas das questões que querem ver
resolvidas. Mas a alteração dos horários
de serviço é outra das reivindicações
dos profissionais de polícia.
Leonel Silva adianta que o atraso dos serviços
gratificados não é tão flagrante
aqui como a nível nacional, onde há entidades
que chegam a estar um ano sem pagar. Em relação
às promoções, como em geral os agentes
da região já têm alguns anos de serviço,
a maior parte já foi promovida, diz. Outro dos
problemas que preocupa este responsável é
a redução de efectivos, o que considera
ser “um problema estrutural”. De 90, quando
para aqui entrei, passou para os actuais 82. O comando
está a perder efectivos e não vem ninguém
para os substituir há quatro. É preciso
pensar nas consequências que isso vai ter”,
alerta. E acrescenta que dessa forma se vai assistir também
ao envelhecimento do efectivo.
No entanto, salienta ainda a “formação
incipiente, a falta de actualização constante
do pessoal, numa altura em que se exige mais da polícia”.
Ou então o não aproveitamento dos recursos
existentes com formação específica
“em áreas mais ajustadas”, como havia
sido prometido, e não se colocou em prática.
Por isso considera que esta acção do SPP
se justifica, uma vez que não vêm as promessas
serem cumpridas. E olha para esta queixa como “um
abanão, uma tentativa de despertar consciências,
porque se chegou a um extremo”. “O Ministério
diz sempre que nos vai pagar, mas isso já não
nos merece credibilidade, porque até agora não
se tem feito nada”, salienta.
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