Um dos pavilhões
que está integrado na antiga cerca do Ex-Sanatório,
local onde também se encontra o Hospital Sousa
Martins, irá acolher, no futuro, o Museu Nacional
da Saúde. A novidade foi revelada esta semana pelo
secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde,
Patinha Antão, que inaugurou duas exposições
no Hospital de Sousa Martins, da Guarda. Questionado sobre
o montante da obra, Patinha Antão disse que só
poderia responder a essa questão "quando o
PSD voltar a ser Governo". E é disso também
que dependerá a construção ou não
de um novo hospital para a Guarda. O secretário
de Estado da Saúde assegura que, se o PSD for Governo,
essa obra vai avançar, mas, caso vença o
PS as eleições legislativas, deixa, desde
já, o desafio para os socialistas reflectirem e
"não deixarem cair a oportunidade de a Guarda
ter um novo hospital".
Neste mesmo dia, Patinha Antão inaugurou o Centro
de Diagnóstico Pneumológico e o Laboratório
Regional de Saúde Pública, ambos na Guarda.
Para além disso, presidiu ainda à cerimónia
da bênção da carrinha de prevenção
do "Álcool e tabaco" e à inauguração
do Centro de Saúde do Sabugal. Porém, o
governante recusou fazer uma visita ao Serviço
de Oftalmologia, dotado de equipamento adquirido o ano
passado pelo médico Henrique Fernandes. Ao todo,
o oftalmologista investiu 40 mil euros na aquisição
de dois novos aparelhos - um Yag-Laser e um sinoptóforo
- para permitir a realização de exames e
intervenções cirúrgicas aos doentes,
pondo cobro à dependência de outros hospitais,
como o da Covilhã.
Um gesto que o médico justifica como "um sinal
de alerta" para os riscos da perda de capacidade
hospitalar da Guarda. Na opinião do clínico,
com a existência destes dois aparelhos, poupa-se
o incómodo de mandar os doentes para os hospitais
e ganha-se "facilidade terapêutica".
O oftalmologista esperava que a tutela manifestasse "igual
empenhamento" na qualificação técnica
do Serviço de Oftalmologia, "propiciando a
substituição deste material por aparelhos
do Estado" e a aquisição de outro equipamento
"igualmente necessário". Certo é
que, até agora, o Governo não deu qualquer
resposta a Henrique Fernandes.
Aproveitando a presença daquele membro do Governo
na cerimónia de inauguração das mostras
"O outro lado do hospital" e "A Guarda
e a saúde", o oftalmologista quis saber se
havia resposta à missiva que tinha enviado, em
Outubro do ano passado, sobre a situação
de carência com que se debate o Serviço de
Oftalmologia da unidade de saúde.
Mas Patinha Antão, visivelmente irritado por ter
sido abordado logo no final da cerimónia e na presença
dos jornalistas, deu, com ironia à mistura, os
"parabéns" ao médico por ter feito
"uma doação" e considerou que
Henrique Fernandes estava a fazer "uma acção
política". Depois da resposta, o governante
apressou-se a sair das instalações do hospital.
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