Segundo os responsáveis, falta apenas luz verde da tutela para o curso avançar
UBI aprova novo curso
Ciências Biomédicas na Covilhã

A primeira licenciatura do País a reunir três áreas científicas vai nascer na UBI. Um curso integrado na Faculdade de Ciências da Saúde que conta com a participação da física e das engenharias na sua estrutura. Esta ideia “marca de forma positiva e indelével, as capacidades desta Universidade”.


Por Eduardo Alves


Três unidades científicas diferentes vão integrar a primeira licenciatura em Ciências Biomédicas de Portugal. O Senado da Universidade da Beira Interior aprovou, na passada semana, a criação deste novo curso. Após um longo período de estudo e aprofundamento da ideia inicial, tudo se conjugou para o aparecimento deste curso, o segundo a ter base na Faculdade de Ciências da Saúde.
João Queiroz é, por estes dias, um homem entusiasmado. Em seu entender “este é um passo que vai marcar de forma indelével e muito positiva, a UBI”, adianta o presidente da Comissão Científica e do Departamento de Ciências Médicas da UBI. Juntar três áreas, que à partida parecem até estar separadas “é um dos avanços deste novo curso”. A licenciatura em Ciências Biomédicas vai pois ter base na medicina, na física e também na engenharia. Queiroz explica que “este foi um passo muito pensado, muito debatido e muito estudado em toda a Universidade e em todos os espaços comuns que dizem respeito à vida académica desta”. A ideia começou a ganhar contornos há cerca de um ano, depois passou pelo Conselho Pedagógico, pelo Científico e foi, finalmente, aprovada em Senado. O próximo passo está já a ser dado, e diz respeito ao registo da licenciatura. Em Maio próximo, “esperamos ter já resposta da tutela quanto à aprovação do curso pelo ministério e quanto ao número de vagas que vão ser abertas”, explica João Queiroz.



Apostar em áreas vitais

A nova licenciatura junta a física e a engenharia à medicina

AEste responsável sublinha a importância de um curso completamente novo no nosso País. Os futuros licenciados em Ciências Biomédicas vão possuir conhecimentos ao nível da física e das engenharias “que vão ser empregues na área da medicina”. Uma licenciatura virada para qualificação de quadros profissionais capazes de “desenvolver, manter, operar e instalar equipamentos médicos, aparelhos de exames e todo um vasto leque de situações ligadas com a medicina”.
São inúmeras, as ramificações da medicina “propriamente dita” que operam e se baseiam em aparelhos específicos para diagnosticarem patologias. A concepção de novos instrumentos, o melhoramento dos já existentes e outras soluções, “são apenas algumas das finalidades dos profissionais que se podem formar, nesta área, na UBI”. Queiroz reitera a ideia da “diversidade de soluções que um curso desta natureza apresenta”. Mas também sublinha que o surgimento desta licenciatura, única do género em Portugal, é fruto de “vários encontros entre os responsáveis das áreas em questão, que foram elaborando e amadurecendo a ideia”. Numa fase posterior, o apoio da reitoria da UBI “também se mostrou fundamental”. Sem querer adiantar muitas informações, antes de estar tudo definido, Queiroz acrescenta que “o curso de ciências biomédicas, com este perfil, é completamente inovador em Portugal, vai ser o primeiro”, até porque, continua a mesma fonte, “não existe nenhum curso com estas capacidades no nosso País e também, no estrangeiro, só agora se começam a dar os primeiros passos no sentido de investigar com estas áreas em comum e nestes temas”. O responsável pelo Faculdade de Ciências Médicas chega mesmo a dizer que este passo que agora está a ser dado pela instituição se deve “à boa organização matricial da Universidade e também ao seu grande valor”.
Para além de todo um saber científico existente na Universidade, assim como, o aproveitamento das instalações e equipamentos, quer laboratoriais quer físicos, esta licenciatura “vem ao encontro do que são os desígnios da criação da Faculdade de Ciências Médicas nesta região”, diz João Queiroz.
Na legislação que cria a Faculdade de Ciências da Saúde na UBI está previsto a abertura de outras licenciaturas nesta área, “daí que este passo venha ao encontro dessa ideia”, adiantam os responsáveis da instituição. Tudo fica agora dependente de um parecer positivo da tutela, mas João Queiroz mostra-se bastante esperançado, até porque “de um modo geral, os responsáveis políticos do nosso País têm encontrado na medicina uma área vital de aposta e de expansão”, daí que tudo aponte para a abertura do novo curso já no próximo ano.