Augusto Mateus
defende
Centro tem que enterrar interioridade
O antigo Ministro da
Economia Augusto Mateus defendeu na Guarda, que a cooperação
entre as regiões Centro de Portugal e de Castilla
y León de Espanha tem um potencial grande se for
"enterrado o D. Sebastião chamado Interioridade".
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NC / Urbi et
Orbi
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O economista falava no Encontro Transfronteiriço
de Cooperação Empresarial e Institucional
que durante quatro dias reuniu empresários, economistas,
autarcas e agentes económicos de ambas regiões
por iniciativa do Conselho Empresarial do Centro (CEC)
para "proporcionar oportunidades de internacionalização
das empresas portuguesas e de cooperação"
entre aquelas regiões. Mateus defendeu a "adopção
de acções integradas e sistemáticas
práticas e tentar uma agenda comum de trabalho
realista entre as autoridades das regiões Centro
de Portugal e de Castilla y León de Espanha com
vista à sua aproximação". Na
óptica do economista, "ter uma agenda comum
significa ter um interesse comum estabelecido num conjunto
simples de prioridades e objectivos" para que aquela
cooperação possa efectivar-se, referindo
também a necessidade de haver "casos para
divulgar, poder mostrar que ali deu resultado ou que ali
não deu resultado". E sustenta a ideia de
que "uma cultura de sucesso é uma cultura
da modéstia, não é uma cultura da
arrogância ou do espalhafato". Augusto Mateus
entende que a cooperação entre as regiões
Centro e de Castilla y León "tem aqui um potencial
grande", mas é preciso "enterrar o D.
Sebastião chamado Interioridade", pois, afirmou,
as regiões só têm a ganhar se se virarem
uma para a outra. "Só há interioridade
da Guarda se esta virar as costas a Espanha e olhar para
Lisboa ou para o Porto", sustenta, acrescentando
que é preciso perceber que "as coisas mudaram,
porque a Beira Interior só era Interior quando
as relações económicas de Portugal
eram com a Inglaterra". "Mas com a adesão
à União Europeia - prosseguiu -, as relações
mais importantes de Portugal passaram a ser com aqueles
que ganharam no processo de integração europeia:
a França e a Alemanha. E, naturalmente, a Inglaterra
cedeu a posição do relacionamento que tinha
com Portugal àqueles países. Menos de três
anos depois dessa integração, a França
e a Alemanha cederam o testemunho à Espanha que
é o principal parceiro de Portugal", disse.
Deste modo, acentuou, "se a Espanha é o principal
parceiro de Portugal, é o país a quem vendemos
mais e a quem compramos mais, onde está a interioridade
de quem está mais próximo de Espanha? Só
nas nossas cabeças". Ainda assim reconheceu
as "dificuldades objectivas" que afectam as
zonas do interior: "Não temos na Guarda, em
Viseu, em Castelo Branco ou na Covilhã a mesma
qualidade de serviços que existem em Lisboa",
pelo que a cooperação com Castilla y León,
reforçou, é "uma nova oportunidade
a matar a interioridade, e, portanto, construir uma vida
melhor e uma capacidade de afirmação da
região".
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