José Geraldes

92 anos: olhar o futuro


NOTÍCIAS DA COVILHÃ, o semanário mais antigo do distrito de Castelo Branco, completa 92 anos de vida. Sempre a dar notícias da Covilhã, da Cova da Beira e dos distritos de Castelo Branco e Guarda. E a publicar comentários sobre todos os assuntos que dizem respeito ao desenvolvimento regional.
Afirmando-se claramente de inspiração cristã, não há problema relacionado com o homem e o seu meio que não lhe interesse. E exactamente pela sua matriz de origem o NOTÍCIAS DA COVILHÃ está aberto a todas as contribuições que ajudem a transformar a Região e o homem a ser mais homem para que a sua vida tenha um sentido.
Esta linha de pensamento tem pautado a nossa actuação e vamos mantê-la, pois assim servimos quem nos lê semanalmente. E é razão da existência do NC.
Um aniversário marca sempre um momento de festa. Mas também uma oportunidade para olhar o futuro.
A novas leis já promulgadas sobre a imprensa regional constituem um desafio a que não se pode fugir. A redução do porte pago vem aumentar as despesas habituais que já são muitas.
A quebra da publicidade que se generalizou, complica ainda mais a vida da imprensa regional que presta um verdadeiro serviço público.
Esperemos que finalmente e por uma exigência de justiça, a publicidade institucional seja distribuída equitativamente por todos os jornais e não seja, como até agora, um bolo reservado a um grupo restrito de amigos.
Sem publicidade um jornal é um morto antecipado. As vendas nas bancas e o dinheiro das assinaturas não chegam para colmatar as despesas totais, cobrindo apenas uma parte. Por isso, se diz e com razão que a publicidade é o sangue de um jornal.
Depois há uma mentalidade portuguesa que é preciso modificar.
Os anunciantes portugueses colocam a publicidade na televisão numa percentagem de 60 por cento reservando 20 por cento para a imprensa. Nos países da União Europeia, é o contrário que se faz. O que logicamente dá aos jornais uma garantia financeira.
A Associação Portuguesa de Imprensa com a medição das audiências da imprensa regional pelo barómetro da Marktest tem feito um esforço heróico para mostrar as vantagens do investimento publicitário nesta imprensa. Os dois anos de medição comprovam que, em termos globais, a imprensa regional é mais lida do que a diária.
O NC surge nesta medição bem colocado, posicionando-se como o terceiro semanário mais lido no distrito de C. Branco e com uma quota de mercado de 0,6 no distrito da Guarda. Em 2004, conquistámos mais leitores, passando de 6,5 por cento para 9. Uma subida de 2,5 pontos percentuais, o que é um salto muito importante na preferência dos leitores.
Na Guarda, também aumentámos o número de leitores passando de 0,3 para 0,6.
Estes números dão-nos alento e confiança para o futuro. E mostram mais uma vez que o NC tem potencialidades de crescer e atingir patamares de liderança.
Isto não obstante a forte concorrência que existe no mercado.
O Louvor atribuído ao NC pelo Governo (ver pág. 8) “como prova de reconhecimento (...) pelos serviços relevantes prestados á causa do jornalismo em prol da (...) região e do País” é um acto de justiça de um trabalho feito semanalmente com uma equipa de jovens jornalistas profissionalizados de uma dedicação total e o empenho de todos os serviços técnicos.
Confiando no futuro, prosseguimos o rumo que nos traçámos. E queremos sempre ir mais além. Custe o que custar. Sabendo que o jornal “ a oração laica do homem moderno”, no dizer de Hegel, vale todos os investimentos e toda uma vida.
Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos da América, bem o compreendeu. Em 1787, escreveu : “ Se dependesse de mim o decidir se deveríamos ter um governo sem jornais ou jornais sem governo, não vacilaria um segundo em preferir o último”. A receita mantém a actualidade. Um jornal é tão importante como o ar que respiramos.
O NOTÍCIAS DA COVILHÃ a caminho do 100 anos vai continuar jovem e ousado nos conteúdos, sem pôr em causa a sua identidade e firme na estratégia de atrair mais leitores.