Apaixonados por estruturas,
os dois alunos do curso de Engenharia Civil viram no seu
trabalho de final de curso, uma oportunidade para colocar
em prática algumas ideias que vinham de há
muito.
O programa Pólis da cidade da Covilhã apresenta
uma estrutura que os atraiu bastante. Não tanto
pela forma como se apresentava ou pelo desempenho da arte
que encerrava em si, mas sim pela possibilidade de transformação.
Miguel Rogeiro e Clemente Pinto reformularam uma das pontes
que o Pólis da Covilhã prevê construir
na “cidade-neve”. A estrutura que ligará
a zona da Palmatória à Calçada Alta
tem agora um novo e já premiado projecto.
Os dois alunos finalistas de Engenharia Civil concorreram
ao prémio Secil Engenharias 2004 com uma ponte
pedonal sobre a ribeira da Goldra. Numa primeira fase
foram seleccionados 11 trabalhos, a nível nacional.
Depois, coube ao projecto dos dois estudantes da UBI,
a melhor apreciação por parte do júri.
Uma das curiosidades que os dois jovens destacam neste
projecto “sempre orientado pela economia, pela qualidade
e pelo modo de execução” é
o facto desta estrutura se mostrar mais barata que a prevista
no projecto do Pólis.
Com um vão de 125 metros e uma largura útil
de quatro metros, a ponte vencedora do Secil 2004 afigura-se
como uma estrutura onde o tabuleiro é suportado
por dois cabos de aço principais, amarrados numa
das extremidades a um maciço de betão armado
e na outra, contra o tabuleiro. Este trabalho, que está
já a ser analisado pelo gabinete de responsáveis
camarários pelas obras do Pólis, “tem
todas as possibilidades e mais algumas de se vir a tornar
uma realidade”, referem os dois jovens.
Uma ponte sobre a Goldra
inspirou os dois vencedores
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Uma universidade diferente
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Ainda sentados nas cadeiras da UBI, este dois jovens,
agora já licenciados não poupam elogios
à casa que os formou. Clemente Pinto, mais virado
para o cálculo, encontrou em Miguel Rogeiro, -
que sempre se mostrou mais interessado na execução
-, o colega ideal para levar avante os projectos.
Clemente confessa que “a princípio nem era
para ter vindo para a UBI”. Mas uma vez na Covilhã,
“ao conhecer a dinâmica e as potencialidades
desta Universidade, verifiquei que este era o sítio
certo”. O local talhado para realizar o sonho que
tinha desde pequeno, ser engenheiro civil.
Já Rogeiro tem um percurso um pouco diferente.
Começou por frequentar uma escola profissional,
“também na área da engenharia civil”,
e depois acabou por entrar na Universidade da terra onde
sempre viveu. No terceiro ano, os trabalhos de estruturas
e de projectos começaram a intensificar-se e este
grupo também ficou mais unido. Já no quinto
e último ano, os dois alunos do ramo de estruturas
e construção, decidiram avançar com
a sua ideia para a disciplina de “projecto”.
O docente que lecciona a cadeira viu no trabalho de Clemente
e Miguel um possível vencedor do prémio
Secil, “foi ajustar alguns detalhes e enviar”,
lembra Clemente. Passado algum tempo, a resposta não
podia ter sido melhor.
Este dois jovens fazem questão de sublinhar o facto
“de na UBI nunca existirem quaisquer tipos de entraves
à investigação e, sobretudo, à
criatividade dos nossos projectos”. A universidade
“sempre se mostrou à altura dos desafios
que fomos colocando”, daí que Clemente e
Miguel vejam neste prémio, não tanto uma
recompensa financeira, mas sim, “um estímulo”.
Os 5 mil euros recebidos das mãos do presidente
Jorge Sampaio vão ser divididos pelos dois. Falta
agora que os responsáveis do pólis tornem
“este projecto uma realidade”.
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O prémio Secil fica na UBi desde 2001 |
O palmarés é digno do mais conhecido livro
dos recordes. Desde 2001 que a UBI tem vindo a ganhar
os prémios Secil. Um sinal da “qualidade
e da capacidade da instituição”, adiantam
os responsáveis. Em 2001, a UBI começou
por formar o engenheiro que ganhou o trofeu de “Melhor
Estágio Nacional da Ordem dos Engenheiros”,
em 2002 foi a vez de dois alunos vencerem o prémio
de Melhor Universidade, no ano seguinte, o professor
João
Pires da Fonseca arrecada também o prémio
que agora os jovens Clemente Pinto e Miguel Rogeiro alcançaram
em 2004.
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