Por Eduardo Alves


Os dois finalistas da UBI, vencedores do prémio Secil 2004, esperam agora ver a sua obra construída na Covilhã

Apaixonados por estruturas, os dois alunos do curso de Engenharia Civil viram no seu trabalho de final de curso, uma oportunidade para colocar em prática algumas ideias que vinham de há muito.
O programa Pólis da cidade da Covilhã apresenta uma estrutura que os atraiu bastante. Não tanto pela forma como se apresentava ou pelo desempenho da arte que encerrava em si, mas sim pela possibilidade de transformação. Miguel Rogeiro e Clemente Pinto reformularam uma das pontes que o Pólis da Covilhã prevê construir na “cidade-neve”. A estrutura que ligará a zona da Palmatória à Calçada Alta tem agora um novo e já premiado projecto.
Os dois alunos finalistas de Engenharia Civil concorreram ao prémio Secil Engenharias 2004 com uma ponte pedonal sobre a ribeira da Goldra. Numa primeira fase foram seleccionados 11 trabalhos, a nível nacional. Depois, coube ao projecto dos dois estudantes da UBI, a melhor apreciação por parte do júri. Uma das curiosidades que os dois jovens destacam neste projecto “sempre orientado pela economia, pela qualidade e pelo modo de execução” é o facto desta estrutura se mostrar mais barata que a prevista no projecto do Pólis.
Com um vão de 125 metros e uma largura útil de quatro metros, a ponte vencedora do Secil 2004 afigura-se como uma estrutura onde o tabuleiro é suportado por dois cabos de aço principais, amarrados numa das extremidades a um maciço de betão armado e na outra, contra o tabuleiro. Este trabalho, que está já a ser analisado pelo gabinete de responsáveis camarários pelas obras do Pólis, “tem todas as possibilidades e mais algumas de se vir a tornar uma realidade”, referem os dois jovens.




Uma universidade diferente

Ainda sentados nas cadeiras da UBI, este dois jovens, agora já licenciados não poupam elogios à casa que os formou. Clemente Pinto, mais virado para o cálculo, encontrou em Miguel Rogeiro, - que sempre se mostrou mais interessado na execução -, o colega ideal para levar avante os projectos.
Clemente confessa que “a princípio nem era para ter vindo para a UBI”. Mas uma vez na Covilhã, “ao conhecer a dinâmica e as potencialidades desta Universidade, verifiquei que este era o sítio certo”. O local talhado para realizar o sonho que tinha desde pequeno, ser engenheiro civil.
Já Rogeiro tem um percurso um pouco diferente. Começou por frequentar uma escola profissional, “também na área da engenharia civil”, e depois acabou por entrar na Universidade da terra onde sempre viveu. No terceiro ano, os trabalhos de estruturas e de projectos começaram a intensificar-se e este grupo também ficou mais unido. Já no quinto e último ano, os dois alunos do ramo de estruturas e construção, decidiram avançar com a sua ideia para a disciplina de “projecto”.
O docente que lecciona a cadeira viu no trabalho de Clemente e Miguel um possível vencedor do prémio Secil, “foi ajustar alguns detalhes e enviar”, lembra Clemente. Passado algum tempo, a resposta não podia ter sido melhor.
Este dois jovens fazem questão de sublinhar o facto “de na UBI nunca existirem quaisquer tipos de entraves à investigação e, sobretudo, à criatividade dos nossos projectos”. A universidade “sempre se mostrou à altura dos desafios que fomos colocando”, daí que Clemente e Miguel vejam neste prémio, não tanto uma recompensa financeira, mas sim, “um estímulo”. Os 5 mil euros recebidos das mãos do presidente Jorge Sampaio vão ser divididos pelos dois. Falta agora que os responsáveis do pólis tornem “este projecto uma realidade”.



UBI vence desde 2001

O prémio Secil fica na UBi desde 2001

O palmarés é digno do mais conhecido livro dos recordes. Desde 2001 que a UBI tem vindo a ganhar os prémios Secil. Um sinal da “qualidade e da capacidade da instituição”, adiantam os responsáveis. Em 2001, a UBI começou por formar o engenheiro que ganhou o trofeu de “Melhor Estágio Nacional da Ordem dos Engenheiros”, em 2002 foi a vez de dois alunos vencerem o prémio de Melhor Universidade, no ano seguinte, o professor João Pires da Fonseca arrecada também o prémio que agora os jovens Clemente Pinto e Miguel Rogeiro alcançaram em 2004.