Mais um estudo que faz a ligação
entre a cultura portuguesa e a africana
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Mestrado em
Língua, Cultura Portuguesa e Didáctica
Os manuais de São
Tomé
Um estudo profundo
sobre a ligação cultural entre a língua
portuguesa e o povo de São Tomé e Príncipe
foi apresentado na UBI. As conclusões apontam o
esquecimento profundo a que os Palop’s foram vetados.
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Por Eduardo
Alves
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A única cartilha
que promove a língua de Camões em terras de
São Tomé e Príncipe é apoiada
pela Fundação Calouste Gulbenkian. Assim conta
Maria Edith Salvaterra Pinto, que apresentou uma tese de
mestrado intitulada “Manuais de língua portuguesa
em São Tomé e Príncipe”.
No entender desta professora de Português na Ilha
do continente africano, “o ensino da língua
de Camões está bastante esquecido e padece
de doença grave”. Os manuais que são
fotocopiados e distribuídos pelas escolas, “apresentam
graves falhas e estão ultrapassados”. Condições
negativas que levam a que “mesmo nas escolas superiores
se encontrem alunos que mal sabem falar e escrever português”.
Num estudo que aponta o ano de 2015 como data possível
para “a renovação total dos manuais,
caso esta comece agora, apoiada pelo Estado português”,
é também referida a importância que
estes livros têm nos sistemas de ensino da língua
portuguesa.
Os manuais e a qualidade destes “revelam-se fundamentais
para uma boa difusão da língua e da cultura
de um povo que está unido pela história e
pelo sangue, a São Tomé”. Até
agora, “não existia qualquer estudo deste tipo”,
adianta a autora da tese. Daí que a investigação
apresentada na UBI “tenha requerido um trabalho suplementar”defenderam
os membros do júri. Esta tese “tem mesmo a
capacidade de alertar as autoridades portuguesas, no âmbito
cultural, para um problema bastante importante”, sublinham
os membros. Maria Edith Pinto conseguiu, com este estudo,
uma nota final de “Muito Bom” atribuída
pelo júri composto por João Malaca Casteleiro,
professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa, Maria José dos Reis Grosso, professor
auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
e Maria Antonieta Gomes Batista Garcia, professor auxiliar
da Universidade da Beira Interior. |
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