Por Eduardo Alves


A oralidade entre alunos de duas escolas esteve na base desta tese

Uma das formas de avaliar o desempenho de duas turmas do oitavo ano do ensino básico foi a análise da oralidade. A forma como os alunos se exprimem, a maneira como são proferidas as palavras e a forma correcta de empregar os termos linguísticos estiveram presentes nesta tese de mestrado.
O longo estudo que se baseou na recolha de dados “in loco”, mas também em várias teorias descritivas, aponta algumas contribuições do meio social onde o aluno está inserido, para a forma como este emprega e utiliza a língua portuguesa.
Duas escolas, uma do ensino público e outra do privado, localizadas na zona da grande Lisboa, serviram para que Ana Sofia dos Santos Ribeiro Barbedo desenvolvesse o seu estudo. Uma tese de mestrado que faz a relação entre a língua e o meio social onde os indivíduos estão inseridos. Os resultados “não foram muito desviantes do que se estava à espera”, garante a autora do trabalho. Isto porque, este estudo “tentou evidenciar que os alunos tendem a utilizar de forma mais correcta o português, quando são levados a tal e quando estão familiarizados com um vasto leque de palavras”. Na escola pública, Ana Sofia Barbedo encontrou uma turma onde existiam alunos vindos da Europa de Leste, do Brasil, e dos Palop’s, “o que leva a uma mistura de culturas muito forte”. Algo que vai depois ter repercussão na oralidade dos alunos. Neste caso, “os erros e os atropelos à língua são mais evidentes”.
Para corrigir estas situações, a autora da tese propõe a realização de estudos e exercícios específicos, como a análise a pequenos textos fora dos manuais escolares e até a notícias relacionadas com a escola ou outras, “de forma a familiarizar os alunos com uma grande variedade de vocábulos e de utilizações das palavras, bem como a sua expressão”. O trabalho desempenhado pelos novos professores “sobretudo ao nível da pedagogia”, foi outro ponto evidenciado, de forma positiva, pela autora do estudo que mereceu nota máxima do júri constituído por João Malaca Casteleiro, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria José dos Reis Grosso, professora auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria Antonieta Gomes Baptista Garcia, professora auxiliar da Universidade da Beira Interior e Paulo José Tente da Rocha Santos Osório, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior.