Uma das formas de avaliar
o desempenho de duas turmas do oitavo ano do ensino básico
foi a análise da oralidade. A forma como os alunos
se exprimem, a maneira como são proferidas as palavras
e a forma correcta de empregar os termos linguísticos
estiveram presentes nesta tese de mestrado.
O longo estudo que se baseou na recolha de dados “in
loco”, mas também em várias teorias
descritivas, aponta algumas contribuições
do meio social onde o aluno está inserido, para
a forma como este emprega e utiliza a língua portuguesa.
Duas escolas, uma do ensino público e outra do
privado, localizadas na zona da grande Lisboa, serviram
para que Ana Sofia dos Santos Ribeiro Barbedo desenvolvesse
o seu estudo. Uma tese de mestrado que faz a relação
entre a língua e o meio social onde os indivíduos
estão inseridos. Os resultados “não
foram muito desviantes do que se estava à espera”,
garante a autora do trabalho. Isto porque, este estudo
“tentou evidenciar que os alunos tendem a utilizar
de forma mais correcta o português, quando são
levados a tal e quando estão familiarizados com
um vasto leque de palavras”. Na escola pública,
Ana Sofia Barbedo encontrou uma turma onde existiam alunos
vindos da Europa de Leste, do Brasil, e dos Palop’s,
“o que leva a uma mistura de culturas muito forte”.
Algo que vai depois ter repercussão na oralidade
dos alunos. Neste caso, “os erros e os atropelos
à língua são mais evidentes”.
Para corrigir estas situações, a autora
da tese propõe a realização de estudos
e exercícios específicos, como a análise
a pequenos textos fora dos manuais escolares e até
a notícias relacionadas com a escola ou outras,
“de forma a familiarizar os alunos com uma grande
variedade de vocábulos e de utilizações
das palavras, bem como a sua expressão”.
O trabalho desempenhado pelos novos professores “sobretudo
ao nível da pedagogia”, foi outro ponto evidenciado,
de forma positiva, pela autora do estudo que mereceu nota
máxima do júri constituído por João
Malaca Casteleiro, professor catedrático da Faculdade
de Letras da Universidade de Lisboa, Maria José
dos Reis Grosso, professora auxiliar da Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa, Maria Antonieta Gomes Baptista
Garcia, professora auxiliar da Universidade da Beira Interior
e Paulo José Tente da Rocha Santos Osório,
professor auxiliar da Universidade da Beira Interior.
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