Esta docente refere que gostaria de dispor de mais horas para se dedicar à investigação
Doutoramento em Matemática
No extremo dos números

Um estudo que pretende acrescentar mais alguns pontos a um tópico matemático bem conhecido dos cientistas. Na UBI foi defendida uma tese de doutoramento que fez contas aos coeficientes extremais.


Por Eduardo Alves


A conversa acalorada sobre o mundo da matemática, que se travou dentro da Sala dos Actos da Reitoria da Universidade da Beira Interior (UBI), contrastava com as temperaturas baixas que se faziam sentir na Covilhã.
Foi portanto num dia de Inverno que Ana Paula André Martins apresentou a sua tese de doutoramento que versa sobre “Coeficientes extremais”. Este ponto incluído no compêndio dos conhecimentos matemáticos serviu para que esta docente do Departamento de Matemática da UBI levasse a bom porto a sua tese de doutoramento.
Tentar explicar todo o trabalho desenvolvido ao longo de três anos em linguagem simples parece ser tarefa quase impossível. Ainda assim, o bom conhecimento da autora sobre esta matéria leva-a a dizer que os coeficientes extremais “tratam de questões da teoria probabilística de valores extremos para variáveis dependentes, quer uni quer multidimensionais”. Variáveis essas “que envolvem, em particular, alguns coeficientes extremais”. Tal síntese fica ainda inacessível à maior parte do público, mas com toda a certeza que não passa de forma indiferente aos matemáticos. Como não passou indiferente ao júri que aprovou esta tese, sendo este constituído por Maria Ivette Leal de Carvalho Gomes, professora catedrática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Helena Maria Simões Ferreira, professora catedrática da Universidade da Beira Interior, Maria Manuela Costa Neves Figueiredo, professora associada do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, António Jorge Gomes Bento, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior, Luísa Maria Jota Pereira Amaral, professora auxiliar da Universidade da Beira Interior e Ana Maria Santos Ferreira Gorjão Henriques, professora auxiliar do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa.

Ainda o incentivo

Ana Martins é docente na UBI. Uma função que compartilha com a investigação nos campos da matemática. Dar aulas “retira algum do tempo disponível para os estudos sobre os temas que se gosta”. Contudo, a função lectiva também tem alguns atractivos, no entender desta recente doutora. Quando questionada sobre a opinião que os alunos têm da disciplina de matemática, Ana Martins apresenta ideias inovadoras. Segundo a docente “há que fazer algo mais que lamentações”. Se é um facto adquirido que os alunos “sobretudo, os que estão ligados às engenharias” chegam à Universidade com conhecimentos fracos sobre a matemática, não é menos verdade que o incentivo para o estudo “tem de partir também dos docentes”. Na opinião da jovem investigadora, “há uma necessidade muito forte de promover junto dos alunos o estudo e o gosto pela matemática”. Com estas medidas, “os resultados vão melhorar”, defende Ana Martins.