A conversa acalorada sobre
o mundo da matemática, que se travou dentro da Sala
dos Actos da Reitoria da Universidade da Beira Interior
(UBI), contrastava com as temperaturas baixas que se faziam
sentir na Covilhã.
Foi portanto num dia de Inverno que Ana Paula André
Martins apresentou a sua tese de doutoramento que versa
sobre “Coeficientes extremais”. Este ponto incluído
no compêndio dos conhecimentos matemáticos
serviu para que esta docente do Departamento de Matemática
da UBI levasse a bom porto a sua tese de doutoramento.
Tentar explicar todo o trabalho desenvolvido ao longo de
três anos em linguagem simples parece ser tarefa quase
impossível. Ainda assim, o bom conhecimento da autora
sobre esta matéria leva-a a dizer que os coeficientes
extremais “tratam de questões da teoria probabilística
de valores extremos para variáveis dependentes, quer
uni quer multidimensionais”. Variáveis essas
“que envolvem, em particular, alguns coeficientes
extremais”. Tal síntese fica ainda inacessível
à maior parte do público, mas com toda a certeza
que não passa de forma indiferente aos matemáticos.
Como não passou indiferente ao júri que aprovou
esta tese, sendo este constituído por Maria Ivette
Leal de Carvalho Gomes, professora catedrática da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Helena
Maria Simões Ferreira, professora catedrática
da Universidade da Beira Interior, Maria Manuela Costa Neves
Figueiredo, professora associada do Instituto Superior de
Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, António
Jorge Gomes Bento, professor auxiliar da Universidade da
Beira Interior, Luísa Maria Jota Pereira Amaral,
professora auxiliar da Universidade da Beira Interior e
Ana Maria Santos Ferreira Gorjão Henriques, professora
auxiliar do Instituto Superior de Agronomia da Universidade
Técnica de Lisboa.
Ainda o incentivo
Ana Martins é docente na UBI. Uma função
que compartilha com a investigação nos campos
da matemática. Dar aulas “retira algum do
tempo disponível para os estudos sobre os temas
que se gosta”. Contudo, a função lectiva
também tem alguns atractivos, no entender desta
recente doutora. Quando questionada sobre a opinião
que os alunos têm da disciplina de matemática,
Ana Martins apresenta ideias inovadoras. Segundo a docente
“há que fazer algo mais que lamentações”.
Se é um facto adquirido que os alunos “sobretudo,
os que estão ligados às engenharias”
chegam à Universidade com conhecimentos fracos
sobre a matemática, não é menos verdade
que o incentivo para o estudo “tem de partir também
dos docentes”. Na opinião da jovem investigadora,
“há uma necessidade muito forte de promover
junto dos alunos o estudo e o gosto pela matemática”.
Com estas medidas, “os resultados vão melhorar”,
defende Ana Martins. |