Segundo Miguel Castelo Branco a falta de médicos está cada vez mais a ser sentida no interior do País
Centro Hospitalar adverte
Falta de médicos no interior prejudica
combate às listas de espera

Miguel Castelo Branco acredita que será possível reduzir as listas de espera no Centro Hospitalar Cova da Beira em 2005, mas não tanto quanto seria desejável. A falta de médicos em algumas especialidades é a razão principal.


Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


A falta de médicos vai condicionar o combate às listas de espera no Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) em 2005. Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração da instituição afirma que o número de pacientes a aguardar cirurgia vai diminuir, mas não tanto quanto seria o desejável. É que, realça, “tal como na maioria dos hospitais situados na faixa interior do País, há insuficiência de médicos em algumas especialidades”.
O médico ressalva que, apesar das carências em termos de recursos humanos, os profissionais ao serviço do CHCB “estão a fazer um esforço acrescido para combater as listas de espera”. O que, aliás, defende, se tem reflectido na produtividade do hospital, que evolui positivamente de ano para ano. As especialidades mais prejudicadas pela falta de cirurgiões são, neste momento, a Urologia, Otorrinolaringologia e Cardiologia. Sectores para os quais foram abertas vagas no último ano que acabaram por não ser completamente preenchidas.
Apesar destas dificuldades, o balanço do último ano de actividade revela um aumento da actividade cirúrgica nos Centro Hospitalar. Em 2003 já se tinha superado a barreira das três mil cirurgias mas, no último ano, o Bloco Operatório registou um número ainda maior de operações. Facto a que não é alheio a introdução, pela primeira vez, de cirurgia nos cuidados ambulatórios (que não necessitam internamento).

Consultas externas batem recorde

Também no que toca às consultas externas foi atingido um novo máximo. Em 2004, o CHCB contabilizou 100 mil 270 consultas. Quase mais 20 mil que em 2003, e quase o dobro do primeiro ano contabilizado (2001). O segredo, revela Miguel Castelo Branco, foi o forte investimento feito nos cuidados de ambulatório. O que, por outro lado, tem ainda a vantagem de diminuir a necessidade de internamento. Em relação ao ano passado, houve, neste aspecto uma ligeira diminuição. Mas de há três anos a esta parte verifica-se uma estabilização, com o número a ficar-se sempre pela casa dos 12 mil internamentos anuais.
No que toca ao serviço de urgência, regista-se também uma tendência para a estabilização. E se em 2003 o número de urgências ultrapassou os 14 mil processos, o balanço de 2004 revela que o número nem sequer atingiu os 13 mil. A justificação pode residir no facto de, hoje em dia haver uma coordenação maior entre o Centro Hospitalar e os Centros de Saúde da região (ver caixa), embora Miguel Castelo Branco acredite que, “ainda há muito a fazer nesta área”.

Triagem Manchester estreia no Fundão

Cerca de um ano depois de ter sido implementada no Serviço de Urgências do Hospital Pêro da Covilhã, o sistema de Triagem Manchester entrou em funcionamento, na terça-feira, 18, no Hospital do Fundão. Segundo Miguel Castelo Branco, o balanço feito no último ano revela dados bastante positivos que justificam a sua aplicação à unidade do Fundão.
Recorde-se que o Sistema de Triagem Manchester tem como objectivo atender os utentes da urgência dando prioridade, não à ordem de chegada (como acontecia antigamente), mas à gravidade da situação do utente. Assim que chegado à sala de urgências, o paciente é atendido por um enfermeiro que avalia a gravidade da doença e a urgência de cuidados médicos.