A falta de médicos
vai condicionar o combate às listas de espera no
Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) em 2005. Miguel
Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração
da instituição afirma que o número
de pacientes a aguardar cirurgia vai diminuir, mas não
tanto quanto seria o desejável. É que, realça,
“tal como na maioria dos hospitais situados na faixa
interior do País, há insuficiência de
médicos em algumas especialidades”.
O médico ressalva que, apesar das carências
em termos de recursos humanos, os profissionais ao serviço
do CHCB “estão a fazer um esforço acrescido
para combater as listas de espera”. O que, aliás,
defende, se tem reflectido na produtividade do hospital,
que evolui positivamente de ano para ano. As especialidades
mais prejudicadas pela falta de cirurgiões são,
neste momento, a Urologia, Otorrinolaringologia e Cardiologia.
Sectores para os quais foram abertas vagas no último
ano que acabaram por não ser completamente preenchidas.
Apesar destas dificuldades, o balanço do último
ano de actividade revela um aumento da actividade cirúrgica
nos Centro Hospitalar. Em 2003 já se tinha superado
a barreira das três mil cirurgias mas, no último
ano, o Bloco Operatório registou um número
ainda maior de operações. Facto a que não
é alheio a introdução, pela primeira
vez, de cirurgia nos cuidados ambulatórios (que não
necessitam internamento).
Consultas externas batem recorde
Também no que toca às consultas externas
foi atingido um novo máximo. Em 2004, o CHCB contabilizou
100 mil 270 consultas. Quase mais 20 mil que em 2003,
e quase o dobro do primeiro ano contabilizado (2001).
O segredo, revela Miguel Castelo Branco, foi o forte investimento
feito nos cuidados de ambulatório. O que, por outro
lado, tem ainda a vantagem de diminuir a necessidade de
internamento. Em relação ao ano passado,
houve, neste aspecto uma ligeira diminuição.
Mas de há três anos a esta parte verifica-se
uma estabilização, com o número a
ficar-se sempre pela casa dos 12 mil internamentos anuais.
No que toca ao serviço de urgência, regista-se
também uma tendência para a estabilização.
E se em 2003 o número de urgências ultrapassou
os 14 mil processos, o balanço de 2004 revela que
o número nem sequer atingiu os 13 mil. A justificação
pode residir no facto de, hoje em dia haver uma coordenação
maior entre o Centro Hospitalar e os Centros de Saúde
da região (ver caixa), embora Miguel Castelo Branco
acredite que, “ainda há muito a fazer nesta
área”.
Triagem Manchester estreia no Fundão
Cerca de um ano depois de ter sido implementada no Serviço
de Urgências do Hospital Pêro da Covilhã,
o sistema de Triagem Manchester entrou em funcionamento,
na terça-feira, 18, no Hospital do Fundão.
Segundo Miguel Castelo Branco, o balanço feito
no último ano revela dados bastante positivos que
justificam a sua aplicação à unidade
do Fundão.
Recorde-se que o Sistema de Triagem Manchester tem como
objectivo atender os utentes da urgência dando prioridade,
não à ordem de chegada (como acontecia antigamente),
mas à gravidade da situação do utente.
Assim que chegado à sala de urgências, o
paciente é atendido por um enfermeiro que avalia
a gravidade da doença e a urgência de cuidados
médicos. |