Segundo o responsável pela PRP, os engenheiros desempenham um papel importante na prevenção da sinistralidade
Sinistralidade rodoviária
Engenheiros estudam sinistralidade

O papel da engenharia na prevenção rodoviária é “bastante importante”. O responsável pela Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) veio à UBI explicar de que forma os engenheiros podem minimizar os perigos nas estradas.

Por Eduardo Alves


Uma das explicações para a elevada taxa de sinistralidade rodoviária em Portugal reside na cultura de impunidade que se sente ao volante de um automóvel. A falta de capacidade para admitir erros e a prática constante de “atropelos” ao código da estrada levam a que o território luso seja apontado como um dos piores em termos rodoviários. Quando comparado com os restantes países europeus, Portugal apresenta os números mais assustadores. Isto porque “as pessoas não assumem que as infracções cometidas na estrada, são comportamentos anti-sociais, explica o engenheiro José Miguel Trigoso, secretário-geral da PRP.
Outro dos pontos que tem contribuído para o “desastre rodoviário” é a massificação de portugueses encartados. Nos números trazidos por José Trigoso, “em 1975 havia 800 mil carros, hoje há 5 milhões e meio”.

Engenheiros podem ajudar

No anfiteatro 8.1, aos representantes das forças policias e dos centros de inspecção periódica juntaram-se os alunos das várias engenharias leccionadas na UBI. Foi para estes últimos que o secretário-geral da PRP direccionou grande parte da sua palestra.
No entender de José Trigoso, “o papel dos engenheiros na boa execução e localização geográfica, no planeamento urbano do trânsito e na sinalização é fundamental para evitar acidentes”.
A esta teoria foi acrescentado o exemplo do Itinerário Principal 5 (IP5). Uma “óptima via”, nas palavras de José Trigoso, que “é muito mal interpretada”. Por vezes, “a sensação de segurança, o alargamento de vias e outras intervenções não se fazem acompanhar por medidas suplementares de segurança e alerta”. Daí que os acidentes aumentem, em vez de diminuir.
Numa conferência onde foram apresentados e discutidos vários aspectos que se prendem com a rodovia, como a “condução sob o efeito de álcool, as multas por excesso de velocidade e o número de operações de fiscalização, o papel que os engenheiros podem representar na melhoria das condições de circulação mereceu grande destaque. José Trigoso lembrou que as estradas devem estar ambientadas ao seu meio. Numa estrada de montanha, o condutor deve esperar curvas acentuadas e desníveis condizentes. O mesmo não deve acontecer numa auto-estrada, onde as vias são mais largas e rectas e as curvas muito mais suaves. A transmissão deste tipo de conhecimentos é, para os responsáveis do Departamento de Engenharia Electromecânica, organizadores do evento, “um factor de aprendizagem muito importante”.