A falta de chuva durante os primeiros
meses de Inverno está a desesperar os agricultores
|
Seca de Inverno
Agricultores já
sentem os efeitos
O Inverno tem sido
de seca e isso já se está a reflectir, sobretudo
na agricultura e pecuária. Mas se não chover
nos próximos tempos a situação pode-se
agravar. No que toca ao abastecimento público na
Covilhã, estão a ser tomadas medidas para
prevenir a eventual falta de água nos reservatórios
quando chegar o Verão.
|
Ana Ribeiro
Rodrigues
NC / Urbi et Orbi
|
|
|
O Inverno tem sido de
seca e isso já se está a reflectir, sobretudo
na agricultura e pecuária. Mas se não chover
nos próximos tempos a situação pode-se
agravar. No que toca ao abastecimento público na
Covilhã, estão a ser tomadas medidas para
prevenir a eventual falta de água nos reservatórios
quando chegar o Verão.
O Instituto Nacional de Meteorologia diz que os níveis
de precipitação no País entre Setembro
e Dezembro são os mais baixos dos últimos
13 anos. Desde 1901, apenas em 15 anos os valores acumulados
de precipitação foram mais baixos que os registados
no ano transacto.
Na Covilhã os Serviços Municipalizados de
Água e Saneamento (SMAS) estão a recorrer
a meios alternativos de abastecimento, como acontece habitualmente
no Verão. "O que temos vindo a fazer é
a utilizar as nascentes, furos e outros recursos de água,
que durante o Verão usamos de forma sistemática,
para manter a barragem com um nível relativamente
elevado, para não virmos a ter nenhuma surpresa",
frisa Alçada Rosa.
O administrador dos SMAS sublinha que na Covilhã
não há ainda problemas de abastecimento. E
diz que a água que estão a utilizar dos recursos
alternativos "não implica em nada uma diminuição
de reservas, porque essas águas, quando não
estão a ser utilizadas, correm para rios e ribeiras".
Mas é uma solução que implica custos
não necessários com o abastecimento totalmente
feito através da Barragem do Viriato, que é
um reservatório. Enche com a chuva e não tem
nenhum curso de água para a alimentar. Despesas que
se prendem com a bombagem e transferência da água.
Embora Alçada Rosa adiante que a situação
da Covilhã, "em virtude da sua localização,
não é neste momento preocupante", concorda
com o apelo da Quercus para o uso eficiente da água.
"A água é um bem escasso que deve ter
uma utilização racional não só
agora mas sempre", salienta.
Quanto ao Fundão, onde no Verão têm
surgido alguns problemas de abastecimento, Manuel Frexes
diz que não está preocupado e que se estão
a "antecipar desgraças".
Animais já passam fome nas pastagens |
As forragens de palha estão a servir de alimento
aos animais |
Segundo António Gomes, da Associação
de Regantes da Cova da Beira, mesmo que chova as culturas
já foram afectadas. Mas se continuar a seca as culturas
de Primavera/Verão estão comprometidas. As
barragens foram fechadas em Outubro para obras no canal,
mas a do Escarigo está no limite mínimo e
a da Meimoa tem água para um mês de rega.
"A situação já é preocupante.
Sendo uma região agrícola e virada para ovinos,
eles já começam a passar fome nas pastagens",
diz este responsável. E acrescenta que se até
final de Fevereiro não chover terá de abrir
a pouca água que há na barragem por causa
dos animais.
Mesquita Milheiro, da Associação de Agricultores
do distrito, acentua também as "carências
hídricas das pastagens, decorrentes da seca acentuada".
Uma situação que está a causar transtornos.
"As pessoas estão a gastar muito dinheiro em
rações, a que tiveram de recorrer", sublinha.
Para além disso, as baixas temperaturas e a geada
acabam por dificultar a vida a quem vive do campo, porque
"queimam tudo".
No entanto, o que causa mais preocupação a
Mesquita Milheiro, que tem recebido inúmeras queixas
de agricultores, é o facto de, por haver pouca água,
se estar a dar prioridade ao consumo e não se estarem
a acumular reservas hídricas para regar quando chegar
a época de calor. O que pode vir a causar mais dificuldades
posteriormente. |
|
|