Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


Os "leões da serra" conseguiram intimidar o líder do campeonato

Entrou bem no novo ano o Sporting da Covilhã. O conjunto serrano recebeu o Torreense, venceu e subiu ao segundo posto da tabela devido aso deslizes dos seus adversários mais directos. A jornada correu de tal maneira bem para o emblema beirão, que até o Mafra não conseguiu desfazer o nulo em Oliveira do Hospital. O Covilhã está agora a apenas um ponto da turma de Vítor Móia, que se desloca ao Santos Pinto no próximo domingo, 16, no jogo que marca o arranque da segunda volta do campeonato. Um jogo que se adivinha emocionante, uma vez que, quem ganhar assume a liderança da tabela.
Quanto ao jogo do último domingo, terá sido um dos mais pobres da época em termos de espectáculo, principalmente na segunda parte. A partida arrancou com duas equipas muito cautelosas a arriscar pouco. Quase do nada, porém, o Sporting da Covilhã inventa um golo logo aos dez minutos, praticamente na primeira oportunidade que tem. Cunha cobra um livre no meio-campo ofensivo, bombeia para a entrada da área e Piguita, sentindo o adiantamento do guarda-redes Cristophe, cabeceia de costas para a baliza e tira um chapéu com conta, peso e medida, que só pára no fundo da baliza torreense.
A esperada reacção da turma forasteira não aconteceu e foi o Covilhã que continuou a dominar a partida perante a apatia generalizada dos forasteiros. No entanto, foi preciso esperar quase vinte minutos para se assistir a outro lance de perigo. Tarantini ganha no confronto com um central, entra na área, mas quase sem ângulo só consegue proporcionar uma excelente intervenção a Cristophe. O mesmo Tarantini, 10 minutos depois, volta a estar em destaque com um remate que tira tinta ao poste da baliza torreense. Perante a dificuldade dos avançados em penetrar na área, foi Cunha a desbloquear a situação, já em cima do apito para intervalo. Pimenta cobra um pontapé de canto do lado direito, a bola vai ao segundo poste onde aparece Real a amortecer para a entrada do médio que, em posição frontal, só tem que empurrar.




Leão transfigurado na segunda parte

Depois de uma primeira metade sem brilho, mas de grande rigor táctico, esperava-se um pouco mais do Covilhã. Pelo contrário, foi a turma de José Rachão quem apareceu mais afoita, embora sem criar grandes situações de perigo. Os jogadores serranos entraram mais nervosos e desconcentrados, e acabaram por perder o controlo do meio-campo. Perante este cenário, foi o Torreense quem passou a tomar conta das operações.
Aos 61 minutos a turma forasteira chega ao golo que já vinha a justificar. Luís Pinto é deixado sozinho na área e, quando se prepara para rematar, é derrubado por Cláudio. Grande penalidade prontamente assinalada pelo árbitro Rui Silva, que David converte.
O fantasma de jogos anteriores, em que o Covilhã se deixa empatar depois de estar a vencer por dois golos de vantagem, voltou a assaltar o Santos Pinto. Contudo, os jogadores forasteiros não mostraram arte nem engenho para ultrapassar o último reduto covilhanense, apesar das constantes desconcentrações dos sectores mais avançados. E até seria o Covilhã a desperdiçar a última ocasião de golo. Ciordeiro, entrado na segunda metade, entra pela esquerda e cruza milimetricamente para a cabeça de Luizinho que quis desviar tanto a bola de Cristophe, que esta acabou por sair poucos centímetros ao lado do poste.
Apesar da pobre exibição das duas equipas, a vitória dos serranos é justa principalmente por aquilo que a formação local fez nos primeiros 45 minutos.