O derby da divisão regional
animou a zona de Belmonte
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Primeira divisão
distrital
Derby deu justo empate
Foi um jogo emotivo,
até ao último minuto. Entrou melhor o Caria,
que inaugurou o marcador na primeira parte. O Belmonte
reagiu na segunda metade e empatou. O público,
esse, não faltou à chamada. Como antigamente...
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João
Alves
NC / Urbi et Orbi
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"Se o Carvalheira
e o Nuno, que foram aqui formados, cá jogassem, ainda
tínhamos melhor equipa". Era assim que um dos
adeptos do Belmonte, no passado domingo, 9, lamentava o
facto de estes dois jovens jogadores representarem o velho
rival Caria, quando, afinal de contas, tinham sido "feitos"
no Belmonte. Em dia de derby, e atendendo à classificação
das equipas, muita gente atribuía favoritismo à
equipa treinada por Paulo Serra. E esta não deixou,
de início, os créditos por "pés"
alheios, entrando muito bem no jogo que foi visto por centenas
de adeptos que encheram o campo da Casa do Povo, em Belmonte,
como há muito não se via. Mas, tal como antigamente,
ninguém quer faltar ao derby.
O Cariense, que abordava este jogo no segundo lugar do campeonato,
a apenas dois pontos do Fundão, entrou mandou no
jogo. E depois de acentuar o seu domínio marcou aos
15 minutos. Um livre do lado esquerdo do ataque, com Ricardo
a marcar de forma rápida para Dário, com a
defesa do Belmonte distraída, e este a cruzar para
a área onde o lateral esquerdo Pereira cabeceia à
vontade para a baliza de Daniel. Os da casa não conseguiam
assentar jogo, mandando muitas vezes a bola pelo ar, e não
conseguiam acercar na baliza à guarda de Canário.
Daí que Tó Real, logo aos 25 minutos, tivesse
operado duas substituições, quase em simultâneo.
Tirava Hugo Antunes e João Santos, dois médios
possantes, para meter Bruno, um criativo, e Gustavo, um
avançado. Fábio, a jogar na frente de ataque,
passava para o meio-campo, o sistema táctico (um
4-3-3) mantinha-se, mas ganhava maior dinâmica. Mas
era o Caria que continuava melhor, e aos 30 minutos, foi
a vez de Paulo Costa se deixar antecipar por Daniel, após
um bom passe em profundidade para a área do Belmonte.
Aos 36, Paulo Serra é obrigado a tirar Pereira, por
lesão, mas o Caria mantêm a tónica atacante
e aos 39 não chega ao segundo golo, porque Paulo
Costa não aproveita da melhor forma um canto bem
marcado por Dário, atirando de cabeça por
cima da trave. Mas nesta fase, o Belmonte já equilibrava
mais o jogo e no único remate que fez na primeira
parte, poderia ter empatado. João Velho é
travado em falta, do lado direito do ataque, e Bruno, na
conversão do livre directo, de pé esquerdo,
atira à trave. O árbitro, Bruno Nave (tirando
um ou outro cartão por mostrar esteve bem), dava
logo aí por concluída a primeira parte.
Empatar e ficar a jogar com 10 |
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O Belmonte, na segunda parte, entrou melhor. Começou
a pressionar o Caria, a fazer um futebol mais directo, o
que se acentuou ainda mais quando ao quarto de hora Tó
Real tirou um médio, João Melo, metendo um
avançado, Patrick. A equipa da casa apostava quase
tudo, sempre a atacar com quatro unidades, e foi premiada
aos 25 minutos da segunda metade. Um livre, marcado ainda
no meio campo, por Roque, bola na área e Fábio
a cabecear para as redes, com Canário a ficar entre
os postes. O Belmonte começava a pressionar, só
que, à meia hora, sofre um revês. O lateral
esquerdo Roque vê (e bem) o segundo amarelo (o primeiro
tinha sido mostrado por contestar uma decisão do
árbitro), deixando a sua equipa a jogar com 10 elementos.
No Caria, também Nuno, o estratega da equipa, tinha
saído lesionado e talvez por isso o domínio
da equipa de Paulo Serra, a jogar com mais um, não
se tivesse feito sentir. Porém, aos 33, a sorte bafejou
os da casa, pois Paulo Costa, de livre, também atirou
a bola à trave.
Mas, apesar de tudo, no último quarto de hora, o
Caria parecia uma equipa cansada. O Belmonte, mesmo em inferioridade
numérica, podia ter ganho o jogo no final. Aos 47
minutos, Bruno, fora da área, remata forte por cima
da trave, com Canário completamente batido. E no
último minuto de compensação dado pelo
árbitro, Ruben, do lado esquerdo, aproveita um passe
de Patrick, isola-se, mas perde tempo a rematar, acabando
por chutar contra um adversário quando tinha a baliza
a meio metro de si. Bruno Nave, logo depois, apitava para
o final de um jogo muito emotivo, por vezes, bem jogado,
mas disputado com "fair play" e com um resultado
justo. |
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