A associação comercial vê agora preenchida uma das suas principais reivindicações
Associação Empresarial
Terreno para nova sede e nova direcção

A AECBP aguarda a assinatura da escritura do terreno para a nova sede, junto ao Citeve. Mas os actuais responsáveis pela instituição já não devem vir a ocupar o futuro edifício, uma vez que não pensam recandidatar-se.


Ana Ribeiro Rodrigues
NC / Urbi et Orbi


A Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP) já tem terreno, cedido pela autarquia, para a construção da nova sede, na Quinta das Rosas, junto ao Citeve. O projecto está quase concluído e os responsáveis aguardam que a Câmara da Covilhã marque o dia para fazer a escritura. Mas a actual direcção não deve usufruir da nova casa, uma vez que tanto o presidente, João Carvalho, como o vice, Miguel Bernardo, não se pensam recandidatar.
Depois de o terreno que estava destinado à associação, junto à Biblioteca Municipal, ter sido cedido para a construção da nova esquadra da PSP, a edilidade encontrou esta solução. Segundo João Carvalho, em Novembro foi-lhes comunicado que já havia condições para ser feita a escritura do terreno e foram solicitados à AECBP os documentos necessário, "que foram de imediato entregues". "Estamos à espera que a Câmara nos informe do dia e hora para assinarmos a escritura", frisa.
O projecto está a ser finalizado e o presidente da Associação Empresarial espera que esteja pronto "dentro de algumas semanas". "Já não precisaremos de meses", sublinhou João Carvalho, na quarta-feira da semana passada, 5, à margem do sorteio da campanha de Natal, no centro de formação da instituição.

"Interessados que apareçam para preparar sucessão"

João Carvalho adiantou também que possivelmente não será candidato nas eleições que devem decorrer em Março próximo, embora esteja a ser pressionado no sentido de se recandidatar. E sublinhou que ainda não tomou uma decisão definitiva. "Estou demasiado ocupado com as minhas várias actividades profissionais e sinto que o tempo que dedico à associação poderia e deveria ser melhorado. E eu não tenho hipótese de o melhorar", salientou.
Miguel Bernardo, o responsável executivo da associação, diz que está há três mandatos na AECBP e entende que "está na altura de mudar e de aparecerem novos projectos e novas ideias". Miguel Bernardo frisa que está na hora de parar, mas acrescenta que não diz que "desta água não beberei".
O vice-presidente da instituição chama a atenção para a obra feita e para a que foram impedidos de concretizar. "Quando aqui chegámos a associação tinha uma secretária, um computador velho e pouco mais, tinha uma actividade muito reduzida. Deu-se um passo muito grande e não crescemos mais porque não deixaram", sem querer apontar o dedo a ninguém "por enquanto".
E por entender que "a máquina tem agora mais responsabilidades" que há uns anos atrás, apela aos interessados em tomar conta do leme que apareçam para que fiquem a conhecer a estrutura e para que seja possível "uma sucessão preparada, feita de forma tranquila". E mostra-se disponível para ajudar nesse sentido.



Câmara ainda não comparticipou

A instituição reclama um maior apoio por parte da câmara

A campanha "Pelourinho- Coração Comercial", que visa dinamizar o comércio tradicional do centro da cidade, uma iniciativa em que a AECBP tem apostado, terminou no final do ano. O sorteio de Natal, em que estavam a concurso cinco mil euros em compras nos estabelecimentos que aderiram, saiu a Elisa Nevado, do Salgueiro, Três Povos, concelho do Fundão.
A comtemplada, que preencheu o cupão na Ourivesaria Estrela, vai fazer as compras em dez prestações, de 500 euros por mês. João Amaral, o comandante da PSP, foi quem tirou o bilhete premiado de um caixote quase cheio, que fez deste um dos mais concorridos sorteios de sempre da associação.
Mas embora os responsáveis digam que a campanha tenha sido um sucesso, e até estejam em negociações, nomeadamente com o Ministério da Economia, para a prolongar até final do Inverno, quando a cidade tem mais visitantes, frisam que não têm tido apoios. "Temos estado sozinhos em termos financeiros, apenas com a comparticipação dos comerciantes", lamenta Miguel Bernardo.
Por isso este responsável estranha que no Boletim Municipal deste ano a autarquia publicite que comparticipou com os comerciantes 175 mil euros do custo total previsto da campanha, orçada em 500 mil euros. "Se comparticipou nós não temos ainda um tostão. Não recebemos nunca nenhum apoio da autarquia em relação ao projecto. O que está dito no Boletim não corresponde, pelo menos até ao momento, à verdade. Assim seja que nos atribuam de facto esse valor, porque estamos a fazer um grande esforço para financiar o projecto", esclarece.
"Temos tido sinais de boa vontade e muito pouco pragmatismo nas acções", acrescenta o vice-presidente da AECBP. Segundo este responsável "no início da campanha falou-se na possibilidade de a autarquia apoiar com os empresários os 25 por cento da campanha que não são comparticipados".