A
pianista Maria João Pires negou na passada semana
qualquer conflito com a Câmara de Castelo Branco,
apesar de a autarquia ter denunciado um protocolo que
previa que a artista fosse responsável pela programação
cultural municipal. Em declarações à
margem de uma visita do secretário de estado dos
bens culturais, José Amaral Lopes, ao Centro Experimental
para o Estudo das Artes em Belgais, da responsabilidade
de Maria João Pires, a pianista afirmou que o fim
do protocolo, que previa que o Centro fizesse programação
de espectáculos, foi decidido de comum acordo."Sempre
tive a sensação que esse não era
um objectivo que estivesse dentro do espírito de
Belgais, dado que fazer programação de espectáculos
compete mais a uma agência de concertos e de espectáculos
e não tem nada a ver com o que aqui fazemos",
explica. Maria João Pires afirma que continua a
manter boas relações com Joaquim Morão,
o presidente da Câmara de Castelo Branco. "Como
a partir de Janeiro é a Câmara que vai ter
a responsabilidade de programar os espectáculos
que pretender levar a efeito, já disse ao presidente
Joaquim Morão que estou disponível para
o ajudar sempre que tiver necessidade", sublinha.
Em relação ao financiamento do Ministério
da Educação ao Centro de Belgais, Maria
João Pires considerou ultrapassadas as dificuldades
criadas pela falta de pagamento de 45 por cento da verba
estipulada num protocolo datado de 2002, que constituiu
"um grande problema e um grande buraco para Belgais".
"Entretanto já celebrámos com o Ministério
da Educação outro protocolo, que como os
demais tem a duração de dois anos, está
a ser cumprido e já foi paga a primeira tranche",
concluiu.
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