Foi um carro “novinho
em folha” que trouxe o ministro da saúde
até aos três hospitais do interior do País.
Luís Filipe Pereira veio oferecer três viaturas
de emergência médica – Guarda, Covilhã
e Castelo Branco -, com mais de dois anos de serviço
e algumas propostas, também elas já “atrasadas”
que agora podem mesmo ficar no “estacionamento”
de algum ministério do Terreiro do Paço,
com a mudança de Governo. A idade das viaturas
e a absoluta falta de novidades ou investimentos na região
foram “pormenores secundários” numa
visita de tamanha importância, referiram alguns
membros políticos da comitiva.
Já como “ministro-demissionário”,
a vinda de Luís Filipe Pereira foi quase pautada
na totalidade pela entrega de três viaturas de intervenção
rápida, que vão ser utilizadas por equipas
médicas compostas por pessoal especializado. Na
Covilhã, o ministro encontrou ainda tempo para
presidir à cerimónia de inauguração
da Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), um
investimento de 830 mil euros e que representa o mais
recente serviço do Hospital Pêro da Covilhã.
A visita que se desenhou com traços “eleitoralistas”
serviu ao ministro para anunciar os programas que o próprio
“não vai cumprir” e também apresentar
propostas “que devem ser levadas em conta por quem
se seguir”.
Quanto às unidades hospitalares visitadas, Luís
Filipe Pereira sublinha que “em nada se distinguem
das unidades instaladas no litoral do País”.
Qualidades que “têm de ser preservadas”.
O Programa Operacional de Saúde “Saúde
XXI” foi aquele que deu verbas para a instalação
das viaturas nesta zona do território nacional,
assim como, a construção de unidades especiais,
com a de AVC, agora instalada na Covilhã. Contudo,
as verbas deste incentivo europeu começam agora
a ser reduzidas, para o número de apoios solicitados.
Daí que Luís Filipe Pereira chame a atenção
para a “uma renegociação destes fundos,
em Bruxelas”.
Uma afirmação que causou algum mal-estar
entre os políticos locais, sobretudo da Guarda.
Na cidade mais alta de Portugal, há mais de cinco
anos que se espera pelo início da construção
de um novo hospital. Uma unidade que Luís Filipe
Pereira designou de “apoio”. Uma vez que não
se pretende a desactivação do Sousa Martins,
actualmente “o único em serviço na
região”. O ministro refere que a Europa já
não vai apoiar Portugal na construção
de mais hospitais. Daí que a solução
passe por “créditos privados”.
Foi um minstro "de
Governo demissionário" que veio à
Beira Interior
|
Maternidades vão ser estudadas
|
Confrontado com a decisão “política”
de possível encerramento das maternidades Luís
Filipe Pereira escusou-se a grandes palavras. Em seu entender,
a medida foi “precipitada” e como tal “merece
mais estudo e aprofundamento”. Segundo o ministro,
“toda a região, nomeadamente, as acessibilidades
e a rede entre hospitais, “têm de ser equacionadas”.
Segundo o ministro, nunca foi posto em primeiro lugar
“o lucro das unidades hospitalares”.
|