Por Eduardo Alves


Três viaturas de emergência médica ficam agora a servir os hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco

Foi um carro “novinho em folha” que trouxe o ministro da saúde até aos três hospitais do interior do País. Luís Filipe Pereira veio oferecer três viaturas de emergência médica – Guarda, Covilhã e Castelo Branco -, com mais de dois anos de serviço e algumas propostas, também elas já “atrasadas” que agora podem mesmo ficar no “estacionamento” de algum ministério do Terreiro do Paço, com a mudança de Governo. A idade das viaturas e a absoluta falta de novidades ou investimentos na região foram “pormenores secundários” numa visita de tamanha importância, referiram alguns membros políticos da comitiva.
Já como “ministro-demissionário”, a vinda de Luís Filipe Pereira foi quase pautada na totalidade pela entrega de três viaturas de intervenção rápida, que vão ser utilizadas por equipas médicas compostas por pessoal especializado. Na Covilhã, o ministro encontrou ainda tempo para presidir à cerimónia de inauguração da Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), um investimento de 830 mil euros e que representa o mais recente serviço do Hospital Pêro da Covilhã. A visita que se desenhou com traços “eleitoralistas” serviu ao ministro para anunciar os programas que o próprio “não vai cumprir” e também apresentar propostas “que devem ser levadas em conta por quem se seguir”.
Quanto às unidades hospitalares visitadas, Luís Filipe Pereira sublinha que “em nada se distinguem das unidades instaladas no litoral do País”. Qualidades que “têm de ser preservadas”. O Programa Operacional de Saúde “Saúde XXI” foi aquele que deu verbas para a instalação das viaturas nesta zona do território nacional, assim como, a construção de unidades especiais, com a de AVC, agora instalada na Covilhã. Contudo, as verbas deste incentivo europeu começam agora a ser reduzidas, para o número de apoios solicitados. Daí que Luís Filipe Pereira chame a atenção para a “uma renegociação destes fundos, em Bruxelas”.
Uma afirmação que causou algum mal-estar entre os políticos locais, sobretudo da Guarda. Na cidade mais alta de Portugal, há mais de cinco anos que se espera pelo início da construção de um novo hospital. Uma unidade que Luís Filipe Pereira designou de “apoio”. Uma vez que não se pretende a desactivação do Sousa Martins, actualmente “o único em serviço na região”. O ministro refere que a Europa já não vai apoiar Portugal na construção de mais hospitais. Daí que a solução passe por “créditos privados”.




Maternidades vão ser estudadas

Confrontado com a decisão “política” de possível encerramento das maternidades Luís Filipe Pereira escusou-se a grandes palavras. Em seu entender, a medida foi “precipitada” e como tal “merece mais estudo e aprofundamento”. Segundo o ministro, “toda a região, nomeadamente, as acessibilidades e a rede entre hospitais, “têm de ser equacionadas”. Segundo o ministro, nunca foi posto em primeiro lugar “o lucro das unidades hospitalares”.