Um ambiente natural
é o que rodeia os visitantes, logo à chegada.
As plantas e arbustos mais característicos da região
estão presentes, mas o que mais desperta o interesse
dos visitantes são os animais. Desde animais domésticos
até aos selvagens, como os veados, que outrora
correram pelas montanhas e agora apenas se encontram no
parque, estes animais maravilham miúdos e graúdos.
Quando os visitantes chegam ao parque optam, na maioria,
por iniciar a visita pelos caminhos que se encontram à
sua direita. Seguindo entre giestas, castanheiros e rosmaninhos
os visitantes encontram um garnisé, e faisões
numa capoeira apropriada. Estando mais faisões
na capoeira do lado. Os vizinhos são tartarugas,
que apesar de não serem típicas da região,
são apreciadas pelos visitantes. Pelo caminho de
terra e entre diferentes espécies de árvores
os visitantes observam uma gaiola com Rolas e Pombos.
A raposa Tintim é uma das mais visitadas do parque,
afinal é um animal muito conhecido das histórias
infantis televisivas, mas, também porque apesar
de todos saberem como são estes animais, nem sempre
existe a oportunidade de os ver ao vivo. Ela está
separada das restantes por precaução, pois
chegou ao parque mais tarde e é muito irrequieta,
talvez por não gostar muito de ser incomodada.
Todos os visitantes têm de a observar enquanto salta
e corre pelo abrigo. “A Raposa é muito gira,
mas está sempre a correr” diz-nos Joana Lopes,
uma visitante entusiasmada de oito anos. Os sacarrabos
eram os vizinhos mais próximos da raposa, mas de
momento o parque não tem nenhum. No abrigo seguinte
estão dois animais muito peculiares e pouco conhecidos,
chamam-se ginnetos. Os ginnetos, ao contrário da
raposa, são muitos sossegados e quando estão
escondidos os visitantes têm de fazer um esforço
para os descobrirem por entre a folhagem. A Joana teve
sorte e pode ver um deles que dormia em cima da casota.
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Várias espécies da região
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Ao dar mais uns passo pode ver-se o corvo que divide
o abrigo com um faisão. Mais à frente e
numa jaula maior encontramos as raposas, amigas da Tintim,
que aproveitam para dormir e desviarem atenções
deitadas atrás de um arbusto.
Envolvidos na vegetação da zona, os visitantes
descem por entre pinheiros e observam a cerca onde se
encontram os veados. Os veados dispõem de um amplo
espaço onde se podem movimentar livremente. Estes
espaços procuram proporcionar aos animais um habitat,
o mais parecido possível com o seu habitat natural.
No parque encontra-se um macho, uma fêmea e duas
crias, que optam por permanecer na zona mais afastada
dos visitantes. Estes veados já não se vêem
à solta no Parque Natural da Serra Estrela, sendo
o zoológico um dos poucos sítios onde ainda
se podem encontrar.
A visita continua e os javalis são o alvo de todas
as atenções. Estes animais são muito
famosos na região, principalmente pela caça.
Aqui encontram-se rodeados por uma cerca e protegidos
de qualquer tiro furtivo. Os javalis reproduzem-se com
frequência e por serem dos animais que o parque
dispõe em maior número, são por vezes
vendidos a particulares que apresentem alvará.
Os próximos animais têm um nome pouco conhecido,
“sika”, estes são da família
dos veados, mas mais pequenos e as suas hastes não
são tão imponentes. Dispõem também
de um amplo espaço vedado, por onde podem correr
sempre que se sentem ameaçados pelos visitantes.
Continuando pela direita, os visitantes encontram o Banco
do Amor, o mais conhecido de todos os banquinhos em pedra
nos quais podem descansar entre a visita do parque. Os
bancos foram feitos por pedreiros durante um curso de
aprendizagem. É nesta zona do parque que estão
os sanitários públicos e um bar/esplanada.
Segue-se em frente e é possível avistar
um pónei, que apesar de não ser um animal
característico da zona, satisfaz as delícias
dos mais pequenos.
Percorrendo o caminho no sentido inverso, pode ver-se
uma gaiola com periquitos e um burro, numa cerca. O burro,
baptizado de “Anastácio”, e como é
carinhosamente chamado pelo tratador Paulo Jorge é
bastante meigo e, ao contrário da maioria dos animais,
não dispensa um festa ou outra, que possa receber
dos visitantes através das redes. Vanessa Martins,
com seis anos, gosta em particular do burro “porque
ele vem atrás de nós e às vezes consigo
fazer-lhe festas”. O “Anastácio”
tem um abrigo vedado, o qual percorre, acompanhando os
visitantes. Para quem passa o dia ao pé destes
bichinhos, os animais deixam de ter segredos e é
um trabalho que se revela agradável. O tratador
Paulo Jorge comenta que “quando se gosta dos animais,
o trabalho não custa, apesar dos cuidados que todos
requerem”. A trabalhar no Parque Zoológico
encontram-se uma directora técnica de produção
animal, Isabel Noutel Paulino, um veterinário e
três tratadores que alternam os dias de serviço.
Nos períodos em que há excesso de trabalho,
devido ao jardim, o parque conta com o apoio da câmara
local, que disponibiliza jardineiros e sapadores.Os animais
que nos esperam em seguida são os coelhos. Estes
estão numa cerca e aproveitam para escavarem várias
tocas onde se escondem de todos os olhares curiosos. O
pato é um dos animais mais familiares de todos
os visitantes. No parque podemos ver as diferentes espécies
de patos, como o Pato-real ou o Pato Mudo. Nesta zona
está também a perdiz.
O objectivo do parque não é o lucro e,
por isso, o dinheiro recebido na recepção
chega apenas para pagar a alimentação dos
animais, ficando o salário dos funcionários
ao encargo da Câmara Municipal de Gouveia. Luís
Amaral, um visitante de 48 anos, residente em Lisboa,
considera o custo de ingresso pouco elevado, “sinceramente,
não acho muito caro”, adianta. “Para
sustentar um parque deste género deve ser gasto
muito em manutenção e ração
para os animais”, concluiu o mesmo visitante. Os
adultos precisam de um euro para entrarem no parque. Maria
do Carmo Carvalho refere-se ao parque como “um local,
que a um preço acessível, dá a conhecer
animais e plantas da região”. O preço
para reformados e crianças entre os dez e os 15
anos é de 50 cêntimos. Os grupos escolares
pagam dois euros e 50 cêntimos, com a excepção
dos grupos escolares do concelho de Gouveia e crianças
até aos dez anos, em que a entrada é grátis.
Isabel Paulino indica que “muitas das escolas que
visitam o parque são de Lisboa e do Porto, vindo
algumas repetidamente.” O parque recebe em média
15 mil visitantes por ano, sendo o Natal, a Páscoa
e o Verão as alturas de maior afluência.
Como explica a directora, “é nestes períodos
que as crianças têm férias e os pais
podem passear com elas”.
Um dos animais preferidos das crianças é
o burro. Encontramo-lo quase no final do percurso. O burro
“Artur” ainda vive com a mãe. Os burros,
apesar de serem uma espécie em vias de extinção,
são também dos animais mais oferecidos ao
parque. Como explica Isabel Paulino “aqui os burros
não têm feito criação, mas
após a morte dos donos, as pessoas oferecem-nos
ao parque”. Outros animais comuns desta zona são
a cabra e o bode. Mas não há quem imagine
a Serra da Estrela e não pense também no
pastor com o seu rebanho de ovelhas. As ovelhas são
um dos animais mais característicos desta região
e muito visitados no parque.
Os gamos parecem-se com os “sikas”, mas distinguem-se
pelas pintas e pela forma das hastes. No parque podem
ser vistos sete destes animais, entre os quais, as crias.
Paulo Jorge explica que “as hastes dos gamos, dos
sikas e dos veados caiem uma vez por ano e voltam a desenvolver-se,
com mais uma ramificação. O número
de ramificações simboliza, assim, a idade
de cada um”.
O famoso Cão da Serra da Estrela é uma verdadeira
atracção no parque. Os cães despertam
o interesse dos mais pequenos e dos pais, não só
porque são das famílias mais numerosas,
mas são aqueles a que estamos mais habituados.
Estes animais são por vezes vendidos a um preço
simbólico, longe do praticado no mercado. Os animais
que mais frequentemente se reproduzem são os javalis,
os veados, as ovelhas, as cabras e os cães. Quando
se visita o parque podem ser vistas, frequentemente, crias
de várias espécies. “Costumamos ficar
com as crias e às vezes fazemos troca com outros
parques”, explica Isabel Paulino. Todos os animais
e plantas do parque zoológico têm uma tabuleta
onde é possível ler o nome por que são
mais conhecidos e o nome científico. O carvalho,
a azinheira, o sobreiro, os pinheiros mansos e bravos
e o cedro são algumas das árvores mais características
desta zona. Assim, uma visita ao Parque Zoológico
de Gouveia inclui não apenas conhecer os animais,
mas também algumas das 35 árvores mais vulgares
na região, bem como, o medronheiro, o zimbro ou
o alecrim, apenas alguns dos 41 arbustos que se podem
contemplar.
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