Homicídio
sob encomenda
Crime da Cortiçada com sentença hoje
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NC / Urbi et
Orbi
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A leitura da sentença do primeiro alegado crime
por encomenda em ortugal, que aconteceu no ano passado
em Cortiçada, concelho do Fundão, vai acontecer
na próxima terça-feira, 21, no Tribunal
da cidade.
Durante esta semana decorreram as alegações
finais e uma "pena máxima” para os dois
brasileiros acusados da autoria material do homicídio
foi o pedido que se ouviu da parte do Procurador da República,
António Pinto Tomás, durante a terceira
sessão do julgamento que envolve seis arguidos
acusados de envolvimento na morte de Fernando Justo, cidadão
angolano de 33 anos, assassinado com dois tiros à
queima-roupa em Cortiçada, no concelho do Fundão.
Para o engenheiro informático, Luís Maia
Monteiro, alegado autor moral do crime, o Procurador pediu
uma pena “muito próximo da máxima”,
considerando que foi o mandante de um crime “hediondo”,
pensado minuciosamente.
João Camilo Sequeira, advogado de acusação,
classificou o engenheiro informático de “frio,
calculista e mau”, exigindo uma indemnização
de 200 mil euros para a família da vítima.
“Não há dinheiro que pague a vida
de alguém, mas é o que os tribunais costumam
dar em função da jurisprudência”,
afirmou o advogado à saída da sala de audiências.
O advogado de defesa de Luís Maia Monteiro tentou
explorar algumas contradições, afirmando
que não ficou provada a motivação
racista do crime, nem uma preparação meticulosa
do homicídio. “Se houvesse uma preparação
meticulosa, seria impossível que os dois brasileiros
fossem detidos na posse da arma do crime”, referiu.
Joaquim Ferreira admite que o seu cliente deu ordem para
matar, em Novembro de 2002, mas, “não cumprido
o prazo, a ordem caducou”, concluindo que, sete
meses depois, “Jérri [um dos brasileiros]
actuou por conta e risco”. Por isso, o advogado
sustenta que Luís Maia Monteiro deve ser condenado
por tentativa moral de homicídio, em Novembro de
2002, e, “quando muito”, a título de
negligência, por não ter desfeito o contrato.
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