Com todos os rituais
seguidos à risca a Confraria do Azeite da Cova
da Beira entronizou no passado sábado, os primeiros
25 confrades, que usaram pela primeira vez as vestes características,
em tons de verde e amarelo, e as respectivas insígnias.
Uma cerimónia apadrinhada pela Confraria da Chanfana,
de Vila Nova de Poiares.
A associação foi criada a 9 de Junho por
pessoas ligadas à produção e comercialização
de azeite e o objectivo é valorizar, promover e
contribuir para a consolidação da qualidade
de um produto que tem peso na região. E embora
a confraria seja de âmbito nacional dará
particular relevância às regiões produtoras,
nomeadamente à Cova da Beira, onde entendem que
se produz um dos melhores azeites.
Para se ser confrade, diz Francisco Lino, um dos fundadores,
"é preciso vir de bons azeites, com boa disposição
e que venha para contribuir para arrancar a oliviccultura
desta situação em que se encontra".
Francisco Lino sublinha que "se nós olharmos
para as mãos de quem anda a apanhar azeitona estão
cheias de rugas e se olharmos para os bolsos estão
sem dinheiro". "Como é que é possível
esta situação se temos um dos melhores azeites",
questiona. Por isso entende que uma das funções
da confraria passa também por chamar a atenção
das entidades competentes "que é preciso intervir
seriamente com políticas sustentadas".
Este responsável convida todos os agentes ligados
ao azeite a juntarem-se a este grupo que quer credibilizar
e valorizar o produto e frisa que a confraria, onde há
espaço para todos, tem classificações
para toda a gente que queira entrar. Desde a plantação
da oliveira, da indústria transformadora ao comércio.
Premiar investigação na área do azeite
Um dos principais projectos é a criação
da Academia do Azeite. Um organismo independente da confraria
constituído por gente ligada à investigação,
que vão convidar. A ideia é promover dentro
das instituições de ensino incentivos à
investigação sobre as qualidades do azeite.
A confraria compromete-se a entregar um fundo que vai
ser constituído para premiar os melhores trabalhos
académicos, com aplicabilidade na área industrial.
Esta é uma ideia em que vão trabalhar e
os responsáveis esperam ter novidades nesta matéria
quando comemorarem o primeiro aniversário, no próximo
9 de Junho. Nessa altura decorrerá também
a entronização de novos confrades.
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