Sem que tenha sido apresentada
qualquer justificação, os microfones do Salão
Nobre da Câmara Municipal da Covilhã, onde
se realizam as reuniões de carácter público,
desapareceram da sala. Quer os munícipes, quer a
Comunicação Social sentiram bastantes dificuldades
em acompanhar o desenrolar da sessão. Este tipo de
episódios começa a tornar-se frequente na
CMC. O vereador da oposição Miguel Nascimento,
numa das primeiras vezes em que a mesa de reuniões
se encontrava sem microfones questionou os responsáveis
camarários sobre a falta desse material. Na altura,
a resposta foi confusa, na passada sexta-feira, 17, esta
nem sequer existiu.
Passado todo este episódio, que dificultou o trabalho
dos jornalistas, principalmente de rádio, a sessão
começou com algumas interpelações dos
munícipes. O social-democrata Carlos Pinto, que preside
à câmara, ouviu algumas críticas sobre
buracos no asfalto, pedidos de habitações
sociais e demoras na atribuição de licenças
de construção. Passado o primeiro ponto da
ordem de trabalho, o da intervenção do público,
o executivo seguiu para a aprovação da acta
da reunião anterior, balancete e discussão
de dois pontos referentes a algumas obras e protocolos.
Covilhã privatiza águas
Terminado o ano civil, a Câmara da Covilhã
recebe duas prendas. Do Ministério do Ambiente
vem a resposta positiva quanto à desafectação
do município covilhanense da empresa inter-municipal
Águas do Zêzere e Côa (AZC). Desde
a constituição desta empresa, que reúne
o tratamento de águas residuais e outro tipo de
serviços relacionados com este bem de dez concelhos,
que a autarquia covilhanense se mostrou contra a entrada
no conjunto.
Miguel Nascimento fala mesmo em “políticas
de má fé de ambas as partes”. Ainda
que os destinos do município serrano e da empresa
AZC sejam conduzidos por políticos da mesma cor
partidária. Há já algum tempo que
a Câmara da Covilhã tinha requerido junto
do ministério que tutela esta pasta, a desafectação
do conjunto destas empresas. O voto favorável sobre
esta medida veio dar à câmara a possibilidade
de entregar a uma empresa privada, o tratamento de águas,
e resíduos.
A Câmara Municipal da Covilhã anunciou agora
que a gestão deste recurso vai agora ser feita
pela AGS, uma empresa pertencente à holding SOMAGUE.
Miguel Nascimento, vereador na oposição
também votou favoravelmente. Segundo o socialista,
“as condições dadas pela AGS são
benéficas em dois pontos, comparativamente à
gestão da AZC”. Nascimento explica que a
empresa da holding SOMAGUE explora por 30 anos a gestão
da água da Covilhã, contudo, “propõe-se
a terminar o saneamento básico do concelho e a
construir novas estruturas de apoio à distribuição
e tratamento de águas”. No final do acordo,
e segundo Pinto e Nascimento, tudo o que for construído
reverte a favor do município. |