“Caía
a noite sobre a Praça do Município quando
José Sócrates e toda a comitiva do PS invadiram
um pequeno espaço comercial colocado no centro
da cidade. Beijos, abraços, sorrisos, e até
alguns vivas foram colocando em segundo plano a Feira
de Actividades Tradicionais que decorre naquele espaço.
Os carróceis, que nesta época natalícia
ocupam também uma parte do espaço, perderam,
ainda que momentaneamente, toda a sua capacidade de atracação
de miúdos e graúdos.
Foram muitos os que engrossaram a comitiva socialista,
ainda que só por curiosidade, com a finalidade
de ver “um dos filhos da cidade”, ou “o
próximo Governo”. Conotações
que Sócrates diz serem agradáveis. Já
em passo de corrida, o secretário-geral do maior
partido da oposição percorre as ruas estreitas
do centro histórico em direcção à
sede do Oriental de São Martinho. Mesmo antes de
entrar nas instalações, agora renovadas,
já Sócrates recebia aplausos dos simpatizantes.
O momento que mais aqueceu a noite estava reservado para
a altura em que o engenheiro da Covilhã que chegou
ao lugar máximo do PS discursava. Logo após
ter recebido das mãos do presidente da colectividade
uma medalha por ter feito parte da comissão de
honra do 50º aniversário do Oriental, Sócrates
falou aos muitos simpatizantes.
Num discurso marcado pelas lembranças dos tempos
que passou na Covilhã, pelo recordar da importância
que as gentes serranas tiveram “para a formação
do carácter” e pela forma como “as
pessoas desta região lutam por um objectivo”,
Sócrates levou da cidade natal bastante conforto.
Os apoiantes de ocasião lá iam cumprimentando
o candidato a primeiro-ministro e dizendo “é
desta”.
Durante a passagem pela
Beira Interior, Sócrates criticou o actual
Governo
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Portagens não serão pagas pelos utilizadores
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No périplo de Sócrates, o jantar em Castelo
Branco com cerca de mil e 500 militantes socialistas era
o ponto mais importante. A passagem pela Covilhã
contou com alguns apoios e declarações aos
jornalistas. Por entre as perguntas sobre a demissão
do Governo e as supostas coligações entre
Santana Lopes e Paulo Portas, Sócrates apenas referiu
que “essas são atitudes tomadas por quem
não tem outra forma de estar na vida e na política”.
O covilhanense acrescentou mesmo que “a corrida
às eleições, feita por uma coligação,
é para quem tem medo de avançar sozinho”.
Das poucas questões respondidas aos jornalistas,
sobre a região, Sócrates disse que “caso
seja eleito, as auto-estradas sem custo para o utilizador,
SCUT’s vão permanecer sem custos”.
Na óptica do candidato, “não faz qualquer
sentido estar a colocar portagens neste tipo de vias”.
O ex-ministro do Ambiente recordou ainda que estas vias
foram “obras socialistas” e se nessa altura
foram projectadas para não terem portagens “não
seria agora, que pela mão do PS, as portagens se
tornassem realidade para os utilizadores”.
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