Urbi et Orbi
- Como funciona o Gabinete de Relações Públicas?
Graça Castelo Branco - O Gabinete de Relações
Públicas (GRP) tem uma multiplicidade de tarefas
que as pessoas desconhecem por completo. Há a parte
de divulgação institucional, de comunicação,
de relações públicas, a parte de
protocolo, e além disso há também
uma série de acessórios que são,
as residências de docentes visitantes, e a frota
automóvel que é também um serviço
efectuado pelo Gabinete. Ali é feita toda a divulgação,
todo o contacto com os diversos públicos da universidade,
públicos internos, alunos, docentes e funcionários,
e externos. Aí podemos enquadrar as instituições
com as quais mantemos contacto, muitas vezes no âmbito
do estabelecimento de convénios de colaboração,
mas também, principalmente o nosso público
alvo, que são todos os potenciais futuros alunos
da universidade.
Portanto, nessa área há uma série
de tarefas a desenvolver. Um exemplo é a vulgar
marcação de anfiteatros, que não
é assim tão linear porque envolve a comunicação
desse facto em si a uma série de serviços
que intervém. Desde os serviços técnicos,
até à própria divulgação
do evento, através de vários meios, como
o site da UBI e o jornal online, a página dos académicos,
até à nota de imprensa, passando por uma
série de factores que realmente fazem com que aquilo
que parece apenas ser uma marcação acabe
por ser uma cadeia de acontecimentos.
U@O - Que tipo de relação se estabelece
com os contactos exteriores à UBI?
G.C.B. - Os contactos para divulgação
dos diferentes eventos são seleccionados de acordo
com cada caso. Por exemplo, estamos a organizar um ciclo
de conferências, no âmbito do ‘Despertar
para a Ciência’, e essa divulgação
vai ser feita nas escolas secundárias, e nas do
terceiro ciclo, onde se encontra o público que
pretendemos atingir. Mas, ao mesmo tempo temos de fazer
a divulgação por outras instituições,
a partir das quais a própria informação
possa ser observada e servir de ponto de partida para
as pessoas virem assistir, nomeadamente bibliotecas, câmaras
municipais, etc.. Há imensos organismos com os
quais nos relacionamos, mas depende da tipologia de cada
situação. Há que fazer uma selecção,
até para evitar que haja um cansaço na recepção
da nossa informação.
"A imagem da UBI está
em primeiro lugar"
|
"Somos o serviço em que estão
os olhos todos postos"
|
U@O - Como descreveria o papel do GRP no seio
da UBI?
G.C.B. - A visibilidade que o GRP tem leva a
que se falhar alguma coisa, toda a gente dê conta.
Isto reflecte bem a responsabilidade do GRP na UBI. E
não estou só a falar num acontecimento específico,
como o dia da Universidade, ou eventos com mais visibilidade.
Se, por exemplo, dermos uma informação incompleta,
ou se houver qualquer lapso na transmissão da informação,
as pessoas imediatamente telefonam a reclamar. Por isso
temos de estar permanentemente muito concentrados no que
estamos a fazer, porque de facto, somos o serviço
em que estão os olhos todos postos, quando a nossa
tarefa é passar, discretamente, a informação.
U@O - Como funciona a nível da imagem
que passam para fora?
G.C.B. - A imagem da UBI está em primeiro
lugar. Dou um exemplo. No caso dos Dias da UBI, há
uma informação preparada para o efeito,
desde o cartaz, à informação que
nós enviamos, colocamos no site, para que as pessoas
que a vão consultar possam inscrever-se imediatamente
e ter acesso à informação a partir
de qualquer ponto do País. Esse tipo de iniciativa,
é dos eventos anuais que atinge maior dimensão
e é, no fundo, o nosso cartão de visita
enquanto instituição. Nesse caso são
as pessoas que vêm ter connosco e não o contrário.
Depois, penso que mais dia menos dia teremos de começar
a pensar cada vez mais em termos internacionais.
U@O - A visita a outras universidades e gabinetes,
é comum?
G.C.B. - Tem havido contacto com colegas de outros
Gabinetes de Relações Públicas, e
é curioso que ao longo do tempo, fui-me apercebendo
que aqui na UBI temos sido, em certa medida, pioneiros
em muitos aspectos. A questão dos dias da UBI,
por exemplo, surge na sequência de uma iniciativa
do então Ministério da Ciência e Tecnologia,
e, a certa altura, há um desprendimento dessa iniciativa,
e há o criar de uma nova, que se liga a nós
e com a qual nós hoje já estamos perfeitamente
identificados, e que é conhecida e esperada pelas
escolas. Toda a gente sabe, quando são os dias
da UBI, o alvoroço que é nesta casa e nesta
cidade, e geralmente, as próprias escolas e outras
entidades já apresentam antecipadamente interesse
em saber em que dias vamos organizar o evento, para prepararem
as suas deslocações.
U@O - E a equipa que dirige?
G.C.B. - Neste momento somos 14 pessoas. Sendo
um gabinete que está criado há já
largos anos, foi crescendo com as pessoas que gradualmente
o foram acompanhando. Houve algumas tarefas que passaram
a ser desempenhadas pelo LabCom, por exemplo. Recordo-me
que tínhamos o boletim informativo Ubiversitas,
que hoje em dia está substituído pelo Urbi
et Orbi. Agora, é óbvio que dependerá
de algumas circunstâncias conseguir completar a
equipa como seria desejável.
"Existe um conjunto de condições
que esta universidade reúne, que a distinguem
das outras" |
"Gostaria de mais tempo para dar largas à
criatividade" |
U@O - Quais as actividades que gosta mais de
desenvolver?
G.C.B. - Gostaria de mais tempo para dar largas
à criatividade. Se há um factor que sempre
me deu gosto neste trabalho, ao longo de todos estes anos,
foi e é o poder ser criativa, desenvolver uma série
de tarefas, organizar iniciativas e eventos, como os dias
da UBI, ou outros, em que todos os anos procuramos inovar.
Pedimos sempre colaboração, e isto é
um factor extremamente importante. Acho que não
pode ser só o GRP a fazer o esforço, tem
de ser toda a universidade, desde os departamentos, os
directores de curso, todos os intervenientes em conjunto
para que a universidade apresente a melhor imagem possível
e a projecte devidamente no panorama universitário
nacional e internacional.
Existe um conjunto de condições que esta
universidade reúne, que a distinguem das outras
e fazem dela uma instituição em que há
excelentes condições para estudar, leccionar
e investigar. Muitas vezes há algum pormenor, às
vezes sem importância nenhuma, que poderia ser levado
com uma atitude mais proactiva por parte das pessoas.
A mudança é permanente. Estamos sempre atentos
às novas situações.
Não estamos sozinhos no mercado, por assim dizer,
as outras universidades também estão. Quando
conseguirmos uma maior envolvência por parte de
todos, penso que estarão reunidas as condições
para fazer e mostrar esta universidade lá fora,
mais e melhor do que até agora tem sido feito.
U@O - Acha então que uma melhoria passa
pela mobilização?
G.C.B. - Também. Quer dizer, quando pedimos
a colaboração dos departamentos, porque
vem um pedido de fora, para este ou aquele efeito, nem
sempre os departamentos reagem como devia ser, e muitas
vezes acabam por se aperceber tarde demais que se calhar
deveriam ter feito uma melhor promoção de
si próprios.
Temos em curso neste momento uma campanha de divulgação
das engenharias, para levar às escolas, e penso
que se os próprios departamentos divulgarem a actividade
de investigação que está em curso,
será muito mais positivo. Considero que é
a investigação a grande vertente que faz
com que uma instituição seja excelente.
Esse sim é o factor mais importante. Se se divulgar
essa investigação, é da forma que
atraímos mais alunos. Portanto, isto tudo faz com
que idealmente surja um ciclo de colaboração
permanente, que implica uma motivação e
um objectivo. Nessa base é que considero que os
departamentos ainda têm muito para fazer e dizer.
U@O - Que projectos há para o futuro no
GRP?
G.C.B. - Projectos há muitos. Há
a divulgação das engenharias em que vamos
empenhar-nos mais. Em relação a todos os
outros procuramos e temos feito um esforço, na
melhoria e na rapidez com que a informação
e tudo o resto é divulgado. Dou-lhe o exemplo do
envio de informação, através da ubi-list.
Tenho vindo a insistir na criação de uma
intranet onde sejam disponibilizados os conteúdos,
e onde as pessoas possam ir procurar por vontade própria
o que mais lhes interessa. A intranet é um dos
objectivos primeiros seguramente, a nível da comunicação.
A nível das relações públicas
propriamente ditas, ainda haverá muita coisa a
fazer, nomeadamente ao nível das publicações.
Acho que é um dos sectores em que terá de
haver uma aposta maior, nomeadamente publicações
sobre investigação. Teremos também
de ampliar o leque de documentação com o
qual vamos para feiras e escolas secundárias porque
a “guerra” vai ser cada vez maior entre instituições.
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