Mais um atraso na entrega
dos documentos “algo que tem marcado a actuação
dos actuais responsáveis” levou a que os representantes
do Partido Socialista (PS) e da Coligação
Democrática Unitária (CDU) abandonassem a
Assembleia Municipal da passada sexta-feira, 3 de Dezembro.
Dois pontos fulcrais em discussão “que não
se estudam num dia”, adianta Jorge Fael, da CDU. O
Plano e Orçamento para 2005, que rege as contas da
autarquia serrana e dos serviços municipalizados
e a pretensa criação de uma empresa municipal
denominada de Sociedade de Reabilitação Urbana
ficaram pendentes das conclusões deste encontro.
Decisões que foram adiadas para o próximo
dia 17 de Dezembro. Isto porque, pouco depois de Carlos
Abreu, presidente da Assembleia Municipal ter dado início
aos trabalhos, os deputados da oposição mostraram
que os documentos a serem discutidos na mesma reunião
chegaram à sua posse depois do prazo estipulado por
lei. Artur Meireles, do PS, adianta mesmo “que foi
necessário vir levantar alguma documentação
à sede da Assembleia”.
O presidente do órgão não acatou os
protestos da oposição que abandonou, em peso,
a sala. Carlos Pinto, presidente da autarquia covilhanense
apresentou o Plano e Orçamento de 2005. Segundo o
edil, “a Câmara da Covilhã, tem neste
momento, uma dívida de 6 milhões de euros”.
Uma situação financeira “muito melhor
que a maior parte dos municípios portugueses”.
Entre os projectos apresentados ao Tribunal de Contas, “em
que 95 por cento destes mereceram aprovação”,
Pinto adianta que o investimento na cidade “tem sido
feito em grande forma”.
Reunião sem efeito
Passado todo o ruído inicial, os deputados laranjas
ouviram com atenção o representante máximo
da autarquia e chegaram mesmo a intervir em seu favor.
Contudo, depois de longas conversas entre o presidente
da Assembleia e a jurista de serviço, Carlos Abreu
decidiu adiar a sessão. Quando os representantes
sociais-democratas se preparavam para votar favoravelmente
as medidas apresentadas, Abreu, decidiu, “num acto
de boa fé”, deixar a votação
para o próximo dia 17.
Da parte do presidente da Assembleia, “os documentos
seguiram todos no prazo devido”. As provas estão
na posse deste representante que achou por bem não
arriscar a suspensão do Orçamento de 2005
“em cinco ou seis meses”. Período mínimo
necessário para resolver esta situação
em tribunal. Da parte da oposição continua
a vingar a ideia de que os documentos foram despachados
fora do prazo. |