Uma terra de contrastes
Fronteira
As planícies
alentejanas são, em alguns locais, moldadas pela
natureza. A lisa superfície, onde a linha do horizonte
é delimitada pelo alcance do olhar , ganha contornos
montanhosos, dando origem a vales. Foi na geografia do
terreno e na colocação das tropas que Nuno
Álvares Pereira, o Condestável, em 1385
expulsou os castelhanos de território luso. Colocando
os seus homens em forma de quadrado, no topo das elevações,
conseguia criar uma armadilha, um “atoleiro”
ao inimigo. Foi com esta táctica que Álvares
Pereira conseguiu vencer os invasores.
Existe perto de Fronteira um local onde o povo lembra
a “Batalha dos Atoleiros”. Mas os obstáculos
geográficos e as batalhas travadas por um trofeu,
são nestes dias, outras bastante diferentes. Fronteira
transforma-se na capital do desporto motorizado com a
realização da prova de resistência
todo-o-terreno, “24 horas de Fronteira”. Homens
e máquina desafiam inimigos como o acidentado do
piso, o desgaste dos carros e cansaço dos participantes.
Mas para quem não gosta de passar por um lugar
em passo de corrida, Fronteira tem muito para ver. O tempo
perde-se nas visitas à Torre do Relógio,
uma construção quadrilátera que ostenta
quatro olhais com aros graníticos e uma cúpula
rematada a azulejo. O cata-vento que a encima dá
ordem de partida para outras paragens como a Igreja da
Misericórdia, ou no edifício oitocentista
dos Paços do Concelho. Por fim, quando se toma
o caminho de saída, as honras da despedida desta
vila alentejana cabem à ponte romana, constituída
por oito arcos e que faz a travessia da Ribeira Grande.
|