A maior associação
profissional do País reuniu na Covilhã.
Durante dois dias, a Ordem dos Engenheiros (OE) juntou
largas dezenas dos seus associados . A UBI foi o local,
por excelência, escolhido para a realização
de várias actividades.
Sem que existisse um projecto delineado, sobre a importância
de cada evento, este encontro fica marcado pela abertura
do primeiro pólo da Ordem dos Engenheiros numa
Universidade portuguesa. A inauguração desta
extensão foi feita por uma equipa representativa
nesta área científica. Uma comitiva constituída
por Fernando Ferreira Santo, bastonário da Ordem,
Manuel Santos Silva, reitor da UBI e também engenheiro,
Francisco Lucas, engenheiro que preside à delegação
da Ordem em Castelo Branco e um número vasto de
membros.
Esta extensão da delegação de Castelo
Branco “é a primeira, com estas características,
a funcionar em Portugal”, explica Ferreira Santo,
bastonário da Ordem. A ideia surgiu assim que a
nova equipa que está na condução
dos destinos da OE tomou posse. Francisco Lucas, responsável
máximo pela delegação de Castelo
Branco explica que este pólo “representa
um importante passo para a descentralização
da Ordem”. Segundo este engenheiro, “o projecto
é inovador e Ordem pretende implementar esta abertura
de pólos em outras Universidades”. Uma equipa
de três profissionais vai ficar responsável
pela manutenção deste espaço onde
os alunos “podem tomar contacto com a OE, podem
fazer-se mesmo membros-estudantes e tratar de vários
documentos que no passado só se conseguiam em Coimbra
ou Castelo Branco”. Estas vantagens resultaram das
parcerias mantidas entre a Ordem dos Engenheiros e a UBI.
Para os responsáveis
existe muita coisa a mudar no sistema de ensino
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Processo de Bolonha é de grande utilidade
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Feyo de Azevedo, presidente da Comissão de Avaliação
e Qualificação (CAQ) para cursos e membros
que se submetem à ordem foi o orador de uma conferência
sobre “A Declaração de Bolonha e a
Reforma do Ensino Superior”. Em traços gerais,
e de forma esquemática, o engenheiro responsável
pela parte académica da Ordem, traçou projecto
da obra que sustenta actualmente o Ensino em Portugal.
Um dos pontos iniciais da sua tese mostra como “se
tem dado mais atenção à matéria-prima,
que ao produto final”. Também no Ensino se
tem falado muito do tipo de formação, do
número de cursos, mas “não se presta
a devida atenção à qualidade dos
engenheiros recém-formados”. A solução
para esta obra “que apresenta erros de estrutura”
passa por “reavaliar os critérios para a
apreciação dos cursos, olhar para as referência
europeias e implementar novas formas de ensino”,
remata. O responsável pelo CAQ da Ordem dos Engenheiros
garantiu na UBI que “dos 310 cursos de engenharia
existentes em Portugal, 190 estão agora avaliados”.
Segundo este responsável, neste mês de Dezembro,
“os restantes cursos vão ficar também
com a comissão de avaliação nomeada”.
As atenções prestadas à qualificação
“prendem-se com o Processo de Bolonha”. Depois
de uma análise “demorada e detalhada”
sobre o novo projecto de Ensino, os responsáveis
da Ordem “reconheceram o valor desta reestruturação”.
Contudo, Feyo de Azevedo, que deu voz à OE, mostrou-se
intransigente na forma do ensino das engenharias. Para
este responsável “Bolonha deve optar, para
as engenharias, um sistema de ensino binário”.
Um sistema que funcione de forma a que “nos primeiros
três anos os alunos tenham uma base teórica
mais profunda”, adianta o responsável. Na
fase seguinte, de dois anos, estes tenham “uma vertente
mais aplicada e uma prática pensada mais para o
nível de preparação dos futuros engenheiros”.
Formação
do secundário deve ser revista |
Apostar na formação dos alunos é
"qualificar o futuro dos engenheiros" |
Já Fernando Ferreira Santo, bastonário
da Ordem dos Engenheiros sublinha a necessidade da reforma
escolar ser alargada também ao Ensino Secundário.
Para Ferreira Santo “muitas das dificuldades sentidas
pelos alunos no Superior, relativamente às matemáticas
e às físicas devem-se à fraca qualidade
de ensino no Secundário”. Confrontado com
o facto dos alunos do campo das engenharias ingressarem
nas Universidades com notas próximas dos dez valores,
o bastonário da Ordem dos Engenheiros refere que
“a situação é grave, mas tem
de ser passageira”. Ferreira santo defende uma maior
filtragem dos estudantes, até porque “mal
está o país que não consegue ter
alunos nas áreas científicas com notas acima
do mínimo pedido”. Para o responsável
máximo pelos engenheiros, “melhores sistemas
de ensino, maior aposta na profissionalização
e uma reforma eficaz no Superior”, são as
medidas a implementar com Bolonha.
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