A história de Portugal e
da Europa esteve sempre ligada à religião
católica
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Palestra sobre
a Concordata
A Igreja é um
dos pilares da “portugalidade”
A liberdade das religiões
e a ligação do Estado Português à
Igreja Católica através da concordata estiveram
em análise na UBI.
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Por Mayra Prata
Fernandes
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O anfiteatro 6.1 da UBI
recebeu, no dia 24 de Novembro, meia centena de pessoas
para uma conferência dirigida por Afonso Seixas Nunes,
da Universidade Católica Portuguesa (UCP - Porto)
sobre “Liberdade religiosa e Concordata”. O
interveniente privilegiado foi Santos Dias, numa mesa presidida
pelo padre Henrique Rios.
Portugal sempre teve ao longo da história tratados
e acordos com a Santa Sé. O último foi a Concordata
em 1940. Portugal conquistou um regime democrático
em 1974 e promulgou em 1976 o direito fundamental à
liberdade de consciência, religião e culto.
Posteriormente aderiu à União Europeia (U.E.)
e em 2002 foi promulgada a lei sobre a liberdade religiosa.
Era assim necessária uma revisão e adaptação
nas relações com a Santa Sé.
Num momento em que a Constituição Europeia
vai pôr em paridade a Igreja Católica e todas
as outras igrejas, “será que a Igreja Católica
está preparada para isso?”, questionam várias
entidades. Em 1940, explica Afonso S. Nunes, “o ideal
religioso era um elemento fortíssimo de coesão
nacional, hoje deve estar separado do Estado”. A sociedade
não deverá estar orientada por um fim religioso
específico, “mas para o bem da comunidade”,
sublinha a mesma fonte. Contudo, não pode haver uma
separação total entre Igreja e Estado. Muito
se fala dos privilégios da Igreja, esquecendo-se
por vezes de referir a quantidade e variedade de serviços
prestados à sociedade portuguesa pelas instituições
eclesiais. “Se qualquer outra religião
quiser fazer um acordo com o Estado português a Igreja
não tem de ser ouvida. Estamos satisfeitos com o
nosso acordo. Na UBI, por exemplo, temos um capelão
católico, se for conveniente a presença de
um capelão de outra religião não será
a Igreja Católica a opor-se. O próprio Papa
reconhece que a Igreja Católica não é
a porta exclusiva para a Salvação”,
afirma o professor da UCP. É neste sentido que têm
que ser acertadas as agulhas.
Foram também enumeradas, pelo conferencista, as diversas
adaptações pelas quais a Igreja Católica
teve que passar, o problema dos bens móveis e imóveis
e a questão da colecta dos donativos. |
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