Por Sofia Farinha


Movimentos corporais juntam-se com imagens sem sentido para criar uma linguagem própria

Ana Castro e Carla Jordão apresentaram pela primeira vez o seu espectáculo no Teatro-Cine da Covilhã, no passado sábado, 27. Com uma mistura de som, vídeo e movimentos corporais, as duas intérpretes pretendiam transmitir ao público a relação estabelecida entre duas personagens, com diferentes características.
A intenção das duas jovens, que recentemente terminaram o curso na Escola Superior de Dança, em Lisboa, era levar a audiência a conhecer “duas personagens criadas por nós”.
Segundo as intérpretes do espectáculo foi criado “um bilhete de identidade para cada personagem, nome, idade, profissão, se estuda ou não, se trabalha ou não, onde vive e daí foi exploração individual de cada uma”. A estrutura do espectáculo está previamente estabelecida, mas no que respeita aos movimentos, “muitas vezes são improvisados”, acrescentam os intérpretes.
A história que se pretendia transmitir consiste “num diálogo entre duas personagens quase opostas que estão em constante comunicação, mas não entre elas. É uma comunicação com uma outra pessoa exterior”. O espectáculo nasceu de uma série de ensaios, todos eles captados em vídeo, o que permitiu a sua estruturação.
O público, por sua vez, não esteve muito receptível. Na plateia do Teatro-Cine encontravam-se poucos espectadores que após o fim do espectáculo saíram um tanto ou quanto desiludido. Em declarações ao Urbi, um espectador afirma que “eu vim aqui para ver dança contemporânea e não expressão corporal”. Apesar da notória insatisfação do público da Covilhã, as intérpretes têm em vista apresentar o seu espectáculo em Sintra e se se proporcionar em Vigo, Espanha.