Por Vânia Pereira


Uma aposta musical fora do comum foi feita pelos responsáveis do Art'UBI

O calor, a energia e sensações que despertavam o íntimo de cada um foram uma constante ao longo de todo o concerto. Para Nuno Leão, estudante de 1º ciclo da Escola Superior de Educação, ”o espectáculo foi muito bom, fantástico, principalmente na última parte”. A participação do público foi inevitável e palmas e danças acompanharam os músicos que tocavam no palco.
O concerto começou com uma hora de atraso. Foi o tempo que os mais resistentes esperaram para ouvir Dazkarieh. Paula Nunes, da organização, pediu desculpa pelo atraso salientando que, “este se deveu a problemas técnicos, completamente alheios à banda” agradecendo a todos por terem esperado.
Apesar dos incidentes iniciais no final do concerto banda e público estavam satisfeitos. O instrumentista, Vasco Ribeiro Casais, refere que “ foi um bom concerto, porque estava uma boa energia”. A interacção do público superou expectativas contribuindo em muito para um bom espectáculo, “o público é que faz um concerto ser bom, se o publico estiver todo calado e não participar, não conseguimos passar uma energia tão boa”.
O concerto terminou com uma sala em pé a dançar e a bater palmas ao som de Dazkarieh. O que deixou o público agradavelmente surpreendido “foi melhor do que esperava. “Ao início assustou-me saber que era no Teatro-Cine com todos sentados, porque já conhecia a banda. Mas, depois foi bom, porque o público aderiu e a banda fez com que toda a gente esquecesse o atraso inicial”, comenta Ana Almeida, estudante de Ciências da Comunicação.
Dazkarieh é um projecto musical que procura uma linguagem nova na diversidade de ritmos, timbres e melodias, utilizando instrumentos tradicionais das mais diferentes culturas “na prática a nossa música é multicultural” explica Vasco Ribeiro Casais. Talvez seja essa a razão de terem inventado a palavra “Dazkarieh” para darem nome à banda.
O grupo é constituído por Vasco Nunes, que toca flautas, gaita de foles e acordeão, entre outros; Ricardo Gouveia toca guitarra clássica e baixo; Helena Madeira faz a voz e percussão; Filipe Neves toca tambores, tama e djembé entre outros; Luís Paulo percussão e Paula Pestana faz a segunda voz e toca violino, Pedro Roxo toca contrabaixo, tablas e shruti box. É esta formação musical diferenciada dos instrumentistas que contribui para o processo criativo da banda “estamos mais ligados há música acústica e tradicional, mas cada membro do grupo ouve a música que prefere e todos somos influenciados”.
O grupo considera a sua música, como a “música do mundo”, por ser uma música que facilmente chega a muita gente. Vasco Nunes transforma a sua música numa mensagem “onde se procura chegar à alma das pessoas”. Adianta ainda que “o que nós fazemos é uma fusão de várias culturas e se várias culturas podem existir na música, também, podem existir fora da música, podem viver em harmonia e manter cada cultura a sua própria identidade”.
A banda realiza no próximo mês concertos no Porto, a 10 e 11, na abertura das Fnacs e no Contas e Arte e dia 15 na Fnac de Almada.