O encontro foi marcado
na passada quarta-feira, 24, com urgência, e nem
mesmo a Comunicação Social foi alertada
para a reunião. Carlos Pinto, presidente da Câmara
Municipal da Covilhã há algum tempo que
vinha arrastando a votação do dossier que
confere a exploração das rendas de habitação
social do concelho a um consórcio formado por bancos.
No encontro que decorreu sexta-feira, 26, a equipa chefiada
por Pinto decidiu entregar a três bancos particulares,
“Santander, BPI e Totta”, os dividendos provenientes
das rendas dos 547 fogos de habitação social
do concelho, num período de 25 anos. Em contrapartida,
a autarquia serrana vai encaixar cinco milhões
e 792 mil euros. O edil covilhanense adianta já
o destino a dar a estes dividendos. Segundo Carlos Pinto,
estas verbas vão ser canalizadas para a recuperação
do Centro Histórico da Covilhã. No entender
de Pinto, “esta medida vai permitir que muitas famílias
regressem à zona central da cidade”.
Nascimento mostra-se contra este negócio
Esta é uma forma de “hipotecar o futuro
da autarquia”, explica Miguel Nascimento. Segundo
o vereador do Partido Socialista, único na oposição,
um negócio feito com estes contornos, “só
já vem complicar uma situação, já
de si, bastante débil”. Nascimento consegue
mesmo descortinar uma jogada política “de
quem está em final de mandato”, nesta solução.
O vereador na oposição voltou a socorrer-se
do orçamento camarário para 2005, “como
exemplo da má saúde das finanças
da câmara”. Segundo Nascimento, as previsões
de receitas para o próximo ano “assentam
na venda de quase metade do património da autarquia”.
Para o socialista, o rumo que as contas autárquicas
estão a tomar “é muito perigoso”
e o próximo candidato terá de “ser
alguém de bastante coragem”.
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