A V Tertúlia
enquadra-se no âmbito de conferências realizadas
pelo núcleo de Medicina, desde o último
ano lectivo, com o objectivo de contribuir com outra formação
para os alunos. Esta Tertúlia teve como tema central
o Cancro, que foi debatido por António Gentil Martins
e Augusto Nogueira. Com o papel de representar a associação
da Acreditar, estes dois profissionais de saúde
deslocaram-se à Covilhã. O lugar escolhido
pelos alunos de Medicina para este evento foi o Hotel
Turismo, com o fim de proporcionar aos conferencistas
um local agradável e menos formal, para tratar
um assunto tão delicado. Devido ao interesse colectivo
pelo tema abordado, este acontecimento reuniu dezenas
de alunos de medicina e psicologia.
A conferência foi iniciada por uma questão
posta pela aluna, Leonor Troni: “Será o Cancro
uma ferida que pode ser curada?”. Assim, o tema
foi abordado de uma forma genérica pelos intervenientes.
Foram salientados vários tipos de cancro, como
o da mama, da próstata e do pulmão, este
último, na medida em que se comemorava nesse mesmo
dia 17 de Novembro, o Dia Internacional do Não
Fumador.
O fio condutor da tertúlia, Cancro, foi principalmente
abordado em relação as crianças,
que sofrem com esta doença, já que é
a pediatria a área principal de Gentil Martins.
Segundo este médico: “o cancro é a
segunda causa de morte nas crianças e a melhor
forma de o combater passa pela prevenção”.
No entanto, é chamada a atenção que
apesar de não existir ainda uma cura para a doença,
a ciência já conseguiu demonstrar que: “
Ter cancro não significa morrer”, disse Gentil
Martins.
Em sequência do assunto, inicia-se a intervenção
do Augusto Nogueira, que representa dois papéis
nesta tertúlia, o de representante da Associação
Acreditar e o de pai de uma criança com cancro.
O testemunho do Nogueira, como pai, foi um dos momentos
mais importantes deste evento, visto que sensibilizou
toda a plateia. Foi pela doença da filha que Augusto
Nogueira se uniu à associação Acreditar,
com o intuito de passar a sua experiência e ajudar
outras crianças. Assim, no papel de pai, este conferencista
chamou a atenção para o apoio psicológico,
que é necessário para todas as pessoas que
estão envolvidas nesta doença. Sublinhou-se
os problemas inerentes á vida social e familiar
dos doentes com cancro, como: pais separados e desempregados,
isolamento e a falta de apoio para com outros familiares,
nomeadamente irmãos. Deste modo, pretende-se realçar
a importância de um apoio emocional para a reabilitação
do doente e da sua família.
António Gentil Martins foi o fundador da Associação
Acreditar, pois a nossa sociedade necessitava de uma ajuda
psicológica, para além da medicina, para
encaminhar as crianças e familiares no período
da doença. Segundo Gentil Martins: “Com esta
associação de pais e amigos das crianças
com cancro, pretende-se que todas elas tenham as mesmas
oportunidades, de conquistar a saúde psicológica
e física”. O próprio nome da associação,
Acreditar, revela o objectivo a que se propõe,
ou seja, acreditar num futuro melhor para as crianças.
Deste modo, nesta V Tertúlia, ambos os conferencistas
procuraram desmistificar a palavra Cancro, pois embora
sem cura, não é uma doença que condena
os doentes à morte.
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