A conferência
organizada pelo Sindicato dos Professores da Zona Centro
(SPZC), destinada aos professores e educadores desta região,
realizou-se na quinta-feira, dia 18 de Novembro, no Pólo
da Ernesto Cruz. O seu principal objectivo foi formar
os professores e educadores no sentido de saberem gerir
o “stress” que a própria profissão
lhes impõe.
O formador convidado, o professor catedrático da
Universidade do Algarve, Saul Neves de Jesus, referiu
que “segundo estudos elaborados, a sociedade portuguesa
tem o índice mais baixo de satisfação
com a vida, tem um consumo muito elevado de anti-depressivos
e consome três vezes mais comprimidos para dormir
que a média europeia”. Foram estas investigações
que o levaram a criar esta formação porque
os professores são dos mais afectados devido às
condicionantes de colocação, à falta
de vocação, à indisciplina dos alunos
e à própria falta de tempo, entre outros.
A palestra foi dividida em duas partes, na primeira foram
apresentadas as causas que podem levar ao “stress”,
e numa segunda parte “possíveis soluções
para combater esta “doença” que afecta
a sociedade portuguesa e a área da educação
em particular”. As mulheres são as mais atingidas
mas também são as que sabem melhor reagir
a esta situação.
Saul Neves de Jesus começou por definir o stress
como um mal da sociedade em geral, apontando como a sua
principal causa as alterações ocorridas
na vida das pessoas nestas últimas décadas
– excessiva ambição, ritmo acelerado,
elevada competitividade e instabilidade profissional.
Só depois particularizou aos professores referindo
“ a falta de vocação, a massificação
do ensino, a excessiva exigência política,
negativismo dos media, clima de conflito entre professores,
entre outros”.
O formador afirmou “não tenho nenhuma fórmula
mágica para combater esta situação,
tenho sim, possíveis soluções, isto
é, saber parar e não forçar, controlar
o próprio comportamento, desenvolver uma atitude
optimista e procurar equilibrar a vida profissional com
a privada”.
Na área da educação deve-se tentar
desenvolver o trabalho em equipa, colaborar com os encarregados
de educação, melhorar as condições
de trabalho nas escolas, os orientadores devem apoiar
mais a parte psicológica do estagiário e
os meios de comunicação devem divulgar também
as boas experiências que decorrem nas escolas.
A assistência não foi muito grande mas foi
muito participativa e no final a opinião foi unânime,
a conferência foi interessante e proveitosa para
o futuro.
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