Localidade de nobre ascendência
Palácio de Vila
Viçosa
Chegar
a Vila Viçosa é conhecer um local que parece
ter parado no tempo. O Palácio, com uma arquitectura
tradicionalmente portuguesa onde predomina o mármore,
é um local de visita obrigatória. Erguido
em pleno centro de Vila Viçosa e a cerca de 60
quilómetros de Évora, recebe visitantes
de todo o país e não só. São
muitos os curiosos que querem conhecer de perto como em
tempos viveu a realeza.
Os visitantes são recebidos pela estátua
equestre de D. João IV que parece guardar a imponente
fachada do edifício. Mas, é importante sublinhar
que o Paço Ducal foi feito sem extravagâncias.
Apesar das suas grandes dimensões chega a ser intimista
e acolhedor. Ao passarmos pelas suas divisões conseguimos
imaginar histórias e entrar, nem que por alguns
momentos, no ambiente que um dia ali se viveu. Mesmo nas
maiores divisões do palácio, como é
o caso da Sala dos Duques, assim baptizada pelo facto
de no seu tecto estarem representados os 17 duques de
Bragança, não se sente o tão típico
toque impessoal e frio deste tipo de edifícios.
Os aposentos reais encontram-se quase intocados e ainda
com alguns objectos pessoais dos seus ilustres senhorios.
Ao todo é possível visitar 50 salas repletas
de atractivos, desde o mobiliário à tapeçaria,
passando por azulejos e porcelanas. De salientar as salas
de Jantar, de Ensaios, de Música Sacra e da Porcelana
da China. À biblioteca deve-se grande parte da
fama deste palácio. Nela está guardada aquela
que é considerada a maior e melhor colecção
de livros de tipografia portuguesa dos séculos
XV e XVI. No total, encontram-se na biblioteca mais de
50 mil exemplares, entre os quais uma edição
de “Os Lusíadas” de 1572.
A capela do palácio tem também as suas histórias
para contar, nomeadamente a relatada pelo padre António
Vieira. Outro espaço interessante é a cozinha
do palácio, agora decorada com mais de 500 peças
entre tachos e panelas, qualquer coisa como duas toneladas
de cobre. Inseridos no espaço do palácio
podem ainda ser visitados os museus da Armaria e das Carruagens.
Os jardins e o claustro de inspiração conventual
são espaços a não perder.
Actualmente, o Palácio é propriedade da
Fundação da Casa de Bragança. É
sem dúvida um lugar com história, ou não
fosse ali passada a última noite do Rei D. Carlos
e do príncipe D. Luís Filipe antes de embarcarem
no comboio que os levaria a Lisboa no fatídico
dia 1 de Fevereiro de 1908, o dia do regicídio
que acabaria por ditar, passados pouco mais de dois anos,
o fim da monarquia constitucional no nosso país.
|