A necessidade de concentração
dos meios de diagnóstico, de tratamento e dos recursos
humanos, foi o tema mais debatido nesta sessão
de esclarecimento, que se realizou no dia 15 de Novembro
na Universidade da Beira Interior.
Albino Aroso, presidente da Comissão de Saúde
da Mulher e da Criança, salienta que “estamos
numa sociedade exigente e, desta forma, é necessário
haver qualidade nos hospitais a nível das instalações,
meios técnicos de tratamento e equipas especializadas”.
Acrescenta ainda que “os interesses das mulheres
no trabalho de parto tem de estar acima dos interesses
locais.”
O responsável da área de Ginecologia e Obstetrícia
da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI,
José Martinez, referiu a importância de adaptar
a estrutura hospitalar aos interesses do ensino, mas também
as dificuldades do Centro Hospitalar da Cova da Beira
(CHCB), no que diz respeito à carência de
técnicos e ao mau aproveitamento das instalações.
A principal razão apontada por Luís Graça,
Presidente da Direcção do Colégio
de Ginecologia/Obstetrícia da Ordem dos Médicos,
para a falta de especialistas nos hospitais do Interior
é a saída dos profissionais da função
pública ainda antes de serem colocados nestas regiões.
José Martinez aponta como solução
a colocação de internos e a oferta de projectos
para atrair médicos para esta região. “Se
a Beira Interior nunca tiver massa crítica suficiente,
a especialidade de Ginecologia e Obstetrícia pode
acabar”, acrescenta.
Quando o assunto é a concentração
dos Serviços de Urgência de Ginecologia e
Obstetrícia numa das cidades da Beira Interior
(Covilhã, Guarda ou Castelo Branco) as opiniões
dividem-se. No entanto, José Martinez acredita
que só o entendimento e a união entre os
três hospitais levarão a que todos os serviços
sejam assegurados nesta região.
João Queirós, Director da FCS da UBI, presidiu
o debate referindo que todos os hospitais têm colaborado
com o ensino da Medicina e que o principal objectivo desta
faculdade, para além da qualidade de ensino, é
fixar os alunos na Cova da Beira.
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