Roteiro
da solidão
de Miguel
Sousa Tavares
Por Eduardo Alves
Torna-se quase
um crime aprisionar num punhado de folhas as palavras de um
viajante. Um dos mais marcantes roteiros “turísticos”
tem o simples nome de Sul. Da autoria do jornalista Miguel
Sousa Tavares, este livro escrito por um homem que viaja sozinho
é também destinado a um leitor singular.
A solidão, rodeada de paisagens mil e de caleidoscópias
paragens, é uma constante em toda a narrativa. Com
o Sul, Sousa Tavares pega no rumo da leitura e página
a página vai desbravando novos trilhos por entre as
montanhas das palavras. A linguagem que tantas vezes serve
de entrave ao viajante, ao forasteiro é também
abordada por estas paragens.
Sul surge de várias deslocações que Sousa
Tavares realizou ao continente africano, à América
Latina e outros locais. Deslocações, que na
sua origem se prendiam com o trabalho de jornalista, mas que
de todas elas, Miguel Sousa Tavares trouxe mais que notícias.
Com as marcas descritivas e uns salpicos de história,
características que se viriam a acentuar no livro Equador,
assinado pelo mesmo Sousa Tavares, este guia aventureiro é
um compêndio, um verdadeiro atlas português. As
fotografias cruzam-se com o texto, situando o leitor em algumas
passagens. O autor descreve, logo em forma de introdução,
a melhor forma de viajar. Para Sousa Tavares, “Viajar
é olhar”.
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