José Geraldes
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Planos
para a Serra da Estrela
O desenvolvimento do
turismo da Serra da Estrela parece estar em maré
alta. Várias iniciativas e declarações
de responsáveis da quem nos governa conduzem a
esta conclusão. Mas não sabemos se as acções
em movimento ou a lançar são devidamente
coordenadas ou se há competição entre
vários organismos. Vejamos os factos.
No Dia da Cidade da Covilhã, o ministro José
Luís Arnaut declarou : “Estamos empenhados
em encontrar soluções sustentáveis
para a Serra da Estrela”.(...) E defendeu a “
criação de condições para
que a região dê um salto qualitativo com
um projecto sustentável de futuro que atraia o
turismo e a riqueza para esta zona”.
O ministro não referiu qualquer iniciativa concreta,
ficando na promessa da vontade política para de
uma vez para sempre apresentar um plano global para acordar
o “gigante adormecido”.
Entretanto, a AIBT ( Acção Integrada de
Base Territorial) lançou o grupo de trabalho PETUR(Plano
Estratégico de Desenvolvimento do Turismo da Serra
da Estrela) em parceria com a UBI e dez municípios
da Região sob a liderança de Pedro Guedes
de Carvalho. O grupo está em velocidade de cruzeiro
a realizar os estudos necessários para que o turismo
da Serra possa ocupar o lugar de destaque a que tem direito
no panorama nacional.
Agora a Região de Turismo da Serra da Estrela dá
a conhecer o SIVETUR (Sistema de Incentivos a Produtos
Turísticos de Vocação Estratégica).
Este organismo está sob a alçada dos Ministérios
do Turismo e do Ambiente.
O SIVETUR promove as iniciativas de ordem estratégica
em sintonia com os organismos do Turismo, do Ambiente
e das câmaras municipais. Neste caso, deduz-se que
a Região de Turismo desempenhe uma função
privilegiada na selecção das candidaturas.
Candidaturas que podem incluir hotéis, turismo
rural, termas, restaurantes, actividades de lazer, centros
de congressos, campos de golfe e parques de campismo.
De um momento para o outro, a Serra da Estrela é
catapultada para um lugar cimeiro de valorização
turística, o que nos alegra. Mas já tanto
se prometeu no passado que receamos que tudo isto agora
seja mais do mesmo. E, como reza o provérbio, “
quando a esmola é grande, o pobre desconfia”.
Uma pergunta surge legítima : as iniciativas referidas
têm alguma ligação com as declarações
do ministro José Luís Arnaut ? Ou as suas
palavras significam um novo plano interministerial ?
Era bom que o assunto fosse esclarecido. Anunciadas assim
desgarradas as iniciativas ficamos com a impressão
de que cada organismo quer aplicar o seu plano específico.
Ora é mais que evidente que um bom plano de conjunto
trará mais benefícios ao turismo da Serra
da Estrela do que muitas medidas avulsas de cuja bondade
não se duvida.
O plano global de que fala o ministro, quando será
anunciado ? E já estará feito? Vamos ficar
mais uma vez com uma retórica que nada resolve
e que só tem prejudicado o desenvolvimento da Serra
da Estrela? Aliás tal plano se existe, não
pode ser adiado com riscos de perder credibilidade.
A Serra da Estrela pelas potencialidades que tem, como
disse e bem o ministro, não pode continuar a ser
o “gigante adormecido”.
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