Por Amélia Costa


Estudar a influência da geometria das rotundas no comportamento dos condutores foi o objectivo desta iniciativa

“Potencial de controlo do comportamento do condutor através da geometria da rotunda”, foi o tema da conferência proferida por Ana Bastos Silva, professora do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra, no anfiteatro 8.1 do pólo das Engenharias, no passado dia 2 de Novembro.
Baseada na sua tese de Doutoramento subordinada ao tema “Definição de uma metodologia de concepção de cruzamentos giratórios”, Ana Bastos Silva explicou a necessidade de se elaborarem normas adoptadas ao comportamento dos condutores. A forte expansão de rotundas, o facto de serem por vezes, construídas sob critérios pessoais e a existência de lacunas do código da estrada sobre a melhor forma de se circular nestes locais, são alguns dos motivos que justificam a urgência em definir regras de comportamento.
As rotundas constituem medidas de acalmia de tráfego, garantem elevados níveis de segurança, nomeadamente, nos atravessamentos, resolvem problemas de inversões de marcha, integram devidamente as viragens à esquerda, são soluções simples e flexíveis. As potencialidades são evidentes, mas é também notória a existência de problemas de funcionamento. Tratam-se sobretudo de problemas relacionados com a utilização das múltiplas vias e com a prática de velocidades e trajectórias inadequadas.
“A rotunda tem de convidar o condutor a reduzir a sua velocidade, incentivar a que todos o façam e pretende ainda homogeneizar os comportamentos, pois é a sua variabilidade que origina acidentes”, refere Ana Bastos Silva. A docente demonstrou aos futuros engenheiros civis, de que modo a geometria da rotunda pode condicionar o seu funcionamento e consequentemente o comportamento dos condutores.