As transformações
sociais levaram a que muitas mulheres tenham um papel
diferente na criação dos seus filhos
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O papel da mulher
Mães Modernas
A Professora Rima
Apple visitou na última sexta-feira, 5 de Novembro,
a Universidade da Beira Interior (UBI) para falar sobre
maternidade e modernidade e a forma como estas interagem
com a mulher na sociedade actual.
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Por Carina
Ascensão
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Na passada sexta feira
a professora Rima Apple, especialista e doutorada em História
da Ciência da Universidade do Wisconsin, Estados Unidos
da América (EUA), deu uma conferência, no Pólo
IV da UBI, sobre a evolução da relação
entre a medicina e a maternidade no início do século
XX, nos EUA.
A oradora iniciou a conferência com um pedido de desculpas
por se dirigir à assistência em inglês,
na sua maioria alunos de Psicologia, justificando-se como
“um produto do sistema de ensino americano”.
O tema da conferência centrou-se nas mudanças
científicas ocorridas na medicina, nos inícios
do século XX, e a forma como estes afectaram os cuidados
que as mães americanas tinham para com os seus filhos.
Apesar deste estudo se centrar apenas nos EUA, a professora
afirma que se trata de uma tendência global.
Segundo a oradora, as mulheres não nascem a saber
ser mães, elas têm que aprender os cuidados
que os seus filhos necessitam. Com o século XX, essa
aprendizagem deixou de depender da curiosidade das jovens
mães e das experiências dos mais velhos, começaram
a surgir especialistas médicos que davam essas indicações
assim como livros especializados. Muitas mães começaram
a reger os seus comportamentos maternos pelos conselhos
médicos e descobertas científicas da época,
numa tentativa de cuidar o melhor possível dos seus
filhos e de acompanharem a modernidade.
No entanto, esta investigadora informou também que
nem todos os conselhos médicos passaram a ser seguidos
pelas mães, as decisões finais eram regidas
pelas experiências e instintos maternais. As mães
tentavam adequar as últimas técnicas e os
mais avançados métodos, defendidos pela ciência,
à sua realidade. Em muitos casos a maternidade mostrou
ser mais acertada que os conselhos médicos.
Mostrando que as mulheres não são meras receptoras
dos concelhos que a medicina lhes dá, a oradora tenta
despertar os alunos para serem mais participativos no mundo
que os rodeia. Segundo a professora Rima Apple, os estudantes
tomam por garantido o seu envolvimento nas decisões
que os governos tomam em relação às
investigações científicas e ao que
os médicos devem ou não transmitir às
pessoas. Com este tipo de conferência ela tenta mostrar,
através de exemplos práticos, que não
somos seguidores passivos e, portanto, não devemos
dar o controle de questões tão essenciais
como a saúde. |
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