Por acaso, quando transita
na A23, entre a zona da Covilhã e Belmonte, não
costuma olhar para o horizonte? Não. Então
comece a fazê-lo, porque irá ver as diferenças
na paisagem, em relação a alguns meses atrás.
É que, caso não se tenha ainda dado conta,
ao longe, poderá verificar que na Serra da Malcata
começaram a ser instaladas torres eólicas
para aproveitamento do vento, de modo a que através
dele se possa produzir energia, de uma forma limpa, não
poluente e amiga do ambiente, como alias a União
Europeia impõe aos diversos países membros.
Até agora, são sete as enormes torres que
já foram instaladas na freguesia sabugalense de Santo
Estevão, pela Tecneira, a mesma empresa responsável
pela construção do Parque Eólico de
Penamacor. Nesta terra, a ideia foi apresentada em 2000,
mas só quatro anos depois começou a ganhar
forma, com a Junta e a empresa a assinarem um acordo para
a referida instalação em 88 hectares de terreno.
Uma iniciativa da qual a Junta retira evidentes dividendos,
já que logo que o parque comece a funcionar, ela
terá direito a uma renda por cada torre instalada
e também pela produção prevista. Aliás,
segundo o autarca local, o primeiro dinheiro já chegou
e até já foi aplicado num novo edifício
para a extensão de saúde e para a própria
sede da Junta. Para já, as torres começam
a chegar ao distrito da Guarda, e ao concelho do Sabugal,
mas não tarda nada será a vez de Penamacor
começar a fazer girar as hélices das ventoinhas
gigantes.
Estudo de impacto ambiental quase pronto
Em Penamacor, segundo o presidente da Câmara, Domingos
Torrão, o estudo de impacto ambiental para a construção
do futuro Parque Eólico "está quase
concluído". Ou seja, o autarca acredita que,
em 2005, a instalação de aerogeradores "vai
iniciar-se".
Recorde-se, aquando da apresentação do projecto,
há cerca de dois anos atrás, estava previsto
que em 2006 Penamacor ficasse servido de um Parque Eólico
responsável pela produção de 70 megawatts
de energia eléctrica. Quanto a torres, serão
35, no total, cada uma delas com capacidade para produzir
dois megawatts de energia e com 80 metros de altura.
As zonas da Serra de Santa Marta, Santo André e
Charrinho são os locais privilegiados para a implementação
das torres, locais que, segundo a empresa Tecneira, têm
um elevado potencial eólico.
Para além disto, o projecto, que entre a fase de
construção e exploração terá
20 anos de duração, com um investimento
entre 85 e 120 milhões de euros, poderá
ainda levar à instalação de uma unidade
industrial de assemblagem (montagem) de eraogeradores
no concelho raiano, que poderia empregar entre 25 a 30
pessoas. Também no caso de Penamacor a autarquia
local já começou a "facturar",
pois a lei prevê que as câmaras em cujos os
concelhos sejam instalados parques eólicos tenham
uma renda mensal de 2,5 por cento sobre a factura de energia
eléctrica vendida à rede nacional. Ora,
no concelho raiano prevê-se uma facturação
de 13 milhões de euros, o que dará um benefício
anual de 325 mil euros à Câmara. Só
que o protocolo assinado por autarquia e empresa previa
um adiantamento de 2,5 por cento para Janeiro de 2004.
Por isso, apesar de o Parque ainda não estar a
funcionar, a autarquia já está a lucrar. |