Quem visse os primeiros
25 minutos do jogo entre o Belmonte e o Sernache, no passado
domingo, no Campo da Casa do Povo, iria, com certeza, dizer
que tinha mal gasto o dinheiro do bilhete. Um futebol bastante
lutado, muito musculado, jogado sobretudo a meio-campo e
com poucas oportunidades de golo. A equipa da casa, treinada
por Tó Real, após quatro jogos, com duas derrotas
e dois empates, precisava e muito desta vitória,
daí que o discernimento na cabeça dos jogadores,
no início, não fosse o melhor. Mas a equipa
da casa, logo aos cinco minutos, tinha mostrado o que queria
e tinha criado logo uma primeira oportunidade através
de um remate de João Santos, que passou ao lado da
baliza de Jorge, guardião do Sernache. A equipa visitante,
essa, ia tentando a meia distância, como aconteceu
aos 25 minutos, quando Bastinhos rematou de longe ao lado
da baliza de Daniel.
Foi a partir desse momento que tudo mudou e o futebol dos
belmontenses se começou a impor. A equipa da casa
põe a bola no chão e começa a explorar
os extremos onde estavam dois jovens, Rúben, do lado
esquerdo, e Velho (ainda júnior) do lado direito,
que começaram a pôr a cabeça em água
aos defensores contrários. Rápidos, hábeis
e virtuosos, começavam a ganhar lances de um para
um e assim, aos 27 minutos, o Belmonte inaugurou o marcador.
Gustavo (uma estreia no ataque belmontense) recebe a bola
de costas para a baliza, mete de primeira para a esquerda
onde surge Rúben, muito rápido, a rematar
cruzado e rasteiro para o poste mais distante.
O Sernache decidiu responder e logo aos 33 minutos podia
ter empatado. Uma jogada em que Daniel teve que sair da
área para pontapear uma bola, com esta a cair no
meio campo e desse local, um jogador visitante tenta o
chapéu, que só não dá golo porque
em cima da linha de baliza aparece David a salvar. Até
ao intervalo, nada mais a registar.
O capitão decide
Na segunda metade, o Belmonte entra muito bem no jogo
e logo aos cinco minutos amplia o marcador. Velho, na
direita, arranca para a área, e só é
travado em falta por um defesa contrário. Grande
penalidade que, na marcação, é convertida
pelo capitão belmontense, João Santos.
Passado pouco tempo, aos 14 minutos, o Semache, que ainda
não se tinha recomposto do segundo golo, sofre
o terceiro. Rúben troca de flanco, avança
pelo lado direito, entra na área, ganha a linha
de fundo e toca para trás, onde aparece de novo
João Santos a sentenciar a partida. Mais uma vez,
um dos miúdos de Tó Real decisivo em mais
um lance de golo.
O Semache, é certo, nunca baixou os braços.
Porfiou, mas sempre com mais coração que
cabeça. A tarefa ainda se tomaria mais difícil
quando a vinte minutos do fim ficou a jogar com menos
um elemento, após duplo amarelo de um dos seus
defesas. A equipa treinada por António Joaquim
só de bola parada chegava à área
contrária, e os belmontenses, agora a jogar em
contra-ataque, só não ampliaram a vantagem
por inércia dos seus avançados. Chegou a
gritar-se o quarto golo, numa bola que Paulo Robalo, entretanto
entrado, atira para a baliza mas que é salva em
cima da linha de golo. Depois, foi só gerir e Tó
Real pode mesmo incluir alguns jovens menos utilizados,
chegando mesmo a meter o guarda-redes suplente, Paulo
Cruchinho. Uma vitória justa e expressiva, que
leva a equipa da casa até ao oitavo lugar, com
cinco pontos.
Quanto à arbitragem de António Carrola,
foi regular, sem grandes erros. |