Nascido em Lisboa a
18 de Março de 1900, António Lopes contribuiu
para o desenvolvimento da Beira Baixa. Estudante na Escola
de Belas Artes de Lisboa, cedo deixou a capital para se
dedicar ao ensino na Escola Industrial Campos Melo onde
leccionava desenho e onde permaneceu durante 30 anos.
Exerceu várias funções para além
da de professor. Foi jornalista do Diário de Notícias,
no Jornal do Fundão e contribuiu também
com gravuras suas para vários jornais como o “Diabo”,
onde caricaturou Antero de Quental, Guerra Junqueiro e
Hitler. Fez vários trabalhos de fotojornalismo.
Como grande apaixonado pela Serra da Estrela, foi pioneiro
na defesa das suas potencialidades demonstrando-o através
de várias fotos que tirou da Serra e das suas gentes.
Em 1931 participa na fundação do Sky Club
de Portugal, começando a cativar o povo português
e mais tarde os estrangeiros, pela prática de sky.
Divulgou o património cultural da região
desde monumentos, folclore, figuras do passado, castelos,
pelourinhos, igrejas, tendo sido também um curioso
pelas amendoeiras em flor. Do seu trabalho de fotografia
destacam-se as várias fotos da Serra da Estrela,
nas quatro estações, fotos a igrejas, a
santos contribuindo para a divulgação do
interior pelo resto do país.
Outra das actividades desenvolvidas pelo professor foi
a tapeçaria que introduziu em Portugal, com novos
desenhos e novas cores inspiradas nos bordados de Castelo
Branco. Na segunda metade da década de 40 do século
passado, fundou a fábrica de tapetes da Serra da
Estrela, fomentou o cultivo do linho e da seda em várias
aldeias beirãs, desenvolveu a produção
de panos de linho. Através de exposições,
divulgou grandemente esta arte da Beira Baixa promovendo
a comercialização deste tipo de trabalho.
Podemos encontrar grandes tapeçarias suas em vários
organismos oficiais como na Câmara Municipal da
Covilhã e no Governo-geral de Angola, em hotéis
como o Astória de Monfortinho e no Tivoli em Lisboa.
Outro dos seus grandes trabalhos foi um tapete com elementos
alusivos à viagem de Pêro da Covilhã
e que a Câmara ofereceu ao imperador da Abissínia.
António Lopes deixou também a sua marca
em várias igrejas da Beira. Pintou o tecto da Igreja
de Santa Maria, o tecto da Junta Provincial da Beira Baixa,
a Igreja da Misericórdia. Pintou a Serra nas suas
várias estações, pintou a Covilhã,
Sortelha, o Paul, as gentes serranas e também beirões
ilustres como Pedro Álvares Cabral.
“Lopes da Covilhã”, nome pelo qual
era conhecido, foi um dos grandes impulsionadores da Beira.
É desde logo merecida a homenagem assim prestada
pela Câmara Municipal da Covilhã, que associou
o seu aniversário aos anos de carreira deste “mestre
de altitude”.
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