Cerca de 20 mil pessoas
visitaram a Interior 04. A Feira de Produtos Locais e
Actividades Económicas da Cova da Beira, que decorreu
no multiusos do Fundão entre os dias 19 e 24, este
ano com mais de cem expositores e outros que ficaram de
fora, por falta de espaço. Para o ano a Associação
Comercial e Industrial do Concelho do Fundão (ACIF)
está a ponderar fazer também feiras sectoriais,
para dar resposta a mais interessados, já que não
é possível ter todos na Interior. Para além
da feira do automóvel, que já se realiza
em Abril, a de materiais de construção,
mobiliário ou produtos agrícolas são
outras hipóteses.
Rogério Hilário, presidente da ACIF, a entidade
organizadora, mostra-se satisfeito com o balanço
desta terceira Interior e sublinha que os objectivos a
que a associação se propôs foram cumpridos.
No entanto, entende que é possível alterar
o formato do certame e dar-lhe uma dimensão maior,
numa organização conjunta de várias
associações comerciais da região.
"Ainda está de pé a ideia de consolidar
na Cova da Beira um conjunto de investimentos deste género
onde não seja só o Fundão mas onde
participem, por exemplo, todos os municípios da
Cova da Beira", frisa.
O modelo diz que já foi estudado e acrescenta que
não é imperativo que a Interior se realize
sempre no mesmo espaço. "Sou apologista de
se fazer a rotatividade dos vários eventos que
já existem". Este responsável entende
que há receptividade para isso e acredita que dessa
forma se podem ter feiras na região à escala
nacional.
Expositores e visitantes lamentam ausência
de concertos
Os visitantes elogiam a iniciativa, mas lamentam, tal
como os expositores, a ausência de um cartaz de
espectáculos que atraia as pessoas mais que um
dia e que a feira não se tivesse realizado mais
cedo. "Não há cá nada que chame
as pessoas mais que um dia. Por outro lado, embora nestes
três últimos dias ter havido muito mais gente,
já estamos numa altura em que não apetece
sair muito de casa. A feira devia ser feita entre Julho
e Setembro", observa Norberto Afonso, da Ideia Electrodomésticos,
à semelhança de outros expositores.
Rogério Hilário diz que a ideia é
justamente evoluir para uma feira de dimensão unicamente
empresarial. E ao contrário dos dois anos anteriores,
quando o certame se realizou no início de Outubro,
este ano foi adiado devido ao festival Imago, que decorreu
nessa altura também no multiusos. Quanto à
opção por a animação musical
estar a cargo apenas de alguns ranchos e bombos da região
o presidente da ACIF diz que no passado usaram essa componente
para promover a Interior, "hoje já não
precisamos dessa parte do espectáculo porque a
feira já se afirmou, e este é o futuro da
Interior", salienta. Para além disso acrescenta
que com a aposta noutro tipo de cartaz não era
possível praticar os preços que se pedem
actualmente aos expositores, que lhes permite estar presentes
a preços acessíveis. E realça que
o que querem é que venham muitos visitantes nos
vários dias.
Apesar de o número de visitantes ser elevado, isso
não se traduziu em negócios no imediato
e os expositores dizem que as pessoas andam a passear
e que aproveitam para ver. Mas sublinham que o mais importante
neste tipo de iniciativas é estar presente, mostrar
os produtos e fazer contactos que podem vir a ser oportunidades
de negócio, como por vezes acontece. "Nem
tudo se pode medir pelo lucro imediato", sublinha
Sebastião Pereira, da Beira Parque. Uma opinião
partilhada por expositores como Norberto Afonso, Paulo
Bicho, da JLPB Alumínios ou João David,
da Sotabi.
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