Como a única
Universidade portuguesa a leccionar o curso de Aeronáuticca,
a UBI pode ser o factor decisivo para que duas empresas
russas se instalem na Covilhã. Na sequência
da visita
do embaixador russo à cidade serrana, há
duas semanas, os empresários russos também
se deslocaram agora à Covilhã. A UBI foi
o local escolhido para uma reunião entre investidores
e docentes do departamento de Aeronáutica.
Segundo o que o Urbi et Orbi apurou, as empresas russas
estão interessadas em abrir um Centro de Combate
a Incêndios. Uma unidade que ficará aliada
a uma plataforma industrial de transformação
de aeronaves. A Kamov,
fabricante de helicópteros e a Skyplan, fabricante
de hidroaviões são as duas empresas, “que
a breve trecho podem estar instaladas em solo luso”,
adianta Alexander Mikheyev, adido comercial dos investimentos
estrangeiros. A visita à UBI deveu-se, sobretudo,
ao facto de “aqui ser o único local no País
onde é leccionado o curso de aeronáutica”,
acrescenta a mesma fonte.
Os projectos desenvolvidos
na UBI agradam podem ajudar na decisão
final
|
Universidade é uma mais valia
|
O objectivo principal destas duas empresas é
a criação de filiais no sul da Europa. A
Kamov, uma das mais importantes construtoras de helicópteros,
tem na Península Ibérica “um potencial
de mercado assinalável”. Dai que um dos passos
a dar pela empresa seja a criação de uma
fábrica em solo luso. Segundo o representante da
Kamov, “Portugal é o país que reúne
mais condições para a criação
dessa fábrica”. Os modelos civis produzidos
por esta marca russa destinam-se ao combate a incêndios,
à construção civil e a várias
utilizações de vigilância e salvamento.
O helicóptero que a Kamov espera vender em solos
ibéricos pode ser adaptado a um conjunto vasto
de finalidades. Será esse tipo de preparação
que a fábrica a criar na região serrana
vai executar. Daí que os investidores vejam na
Covilhã e na UBI “uma mais valia na escolha
final”.
A funcionar como um intermediário, o Parkurbis
agendou o encontro entre os investidores e os responsáveis
pela licenciatura de Engenharia Aeronáutica. Um
encontro que serviu, sobretudo, “para dar a conhecer
o que é leccionado na Universidade, os projectos
que aqui estão a ser desenvolvidos e as instalações,
quer lectivas, quer laboratoriais existentes na Covilhã”,
explica Ivan Camelier, presidente do curso. Um contacto
que classificou de positivo.
Formar técnicos e pilotos |
Aproveitar os meios humanos e técnicos da
Universidade é o objectivo deste investimento |
Outra das intenções dos empresários
é a formação de quadros humanos.
Com a Universidade a licenciar engenheiros no campo da
aeronáutica, os meios humanos necessários
à manutenção e à pilotagem
dos helicópteros e hidroaviões, à
partida, “estaria resolvido”. Com os conhecimentos
ministrados na UBI, os futuros engenheiros “poderiam
muito bem operar as transformações necessárias
nas aeronaves que estão destinadas a servir as
regiões do sul da Europa”, refere o adido
russo. Helicópteros e hidroaviões poderiam
ser trazidos da Rússia, em peças “e
ser montados na Covilhã”. As necessidades
dos clientes ficariam, desta forma “garantidas e
também se poderia avançar para desenvolvimentos
de novos produtos”.
Quer em conhecimentos técnicos, imprescindíveis
para a manutenção das aeronaves, quer em
conhecimentos de pilotagem, os licenciados da UBI “são
um potencial fabuloso”, acrescenta Alexander Mikheyev.
Contudo, as duas partes que se encontraram na passada
quinta-feira, 21, deixam claro que “este é
um projecto a desenvolver em vários anos”.
Daí que não tenha sido avançada qualquer
data para o arranque do projecto.
Uma condição
necessária para a fixação
da empresa é o aeroporto da Covilhã
|
Aeroporto é necessário
|
Uma das condições necessárias para
que os russos se fixem na região é o aeroporto
da Covilhã se tornar uma realidade. Nos planos
destes investidores está também assinalada
a criação de um centro de combate a incêndios.
Os helicópteros Kamov “são os únicos
capazes de transportar água a altitudes de 2 mil
metros”, ao que acrescentam que os hidroaviões
da Skyplan, “operam tanto em água como em
pista convencional”.
A Covilhã está situada numa região
“bastante favorável”. Isto porque,
“deste ponto central podemos actuar numa vasta região
de floresta e também em terras espanholas, acrescenta
Alexander Mikheyev. Todos estes pontos favoráveis
ficam pendentes da construção ou não
de uma estrutura aeroportuária. Carlos Pinto, presidente
da Câmara Municipal da Covilhã manifestou
já intenção de construir um novo
aeroporto junto ao acesso da A-23 à cidade. Os
russos vão agora continuar a estudar o tipo de
investimento e as datas para arrancar com este projecto.
|