Apresentação
de candidatura
Médico albicastrense na corrida à Ordem
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NC / Urbi et
Orbi
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O candidato a Bastonário da Ordem dos Médicos,
José Miguel Boquinhas, apresentou numa unidade
hoteleira de Castelo Branco, o programa da sua candidatura.
Pretendendo unir os médicos por "uma medicina
de qualidade e pugnar pelo exercício da profissão
médica tendo em conta a defesa dos mais elevados
valores éticos e deontológicos", o
candidato defende a classe para "colocá-la
no lugar cimeiro que sempre ocuparam na consideração
da sociedade".
A defesa do Serviço Nacional de Saúde como
base estruturante do Sistema Público de Saúde,
"sem prejuízo da afirmação de
um sector privado com elevados padrões de exigência",
assim como o reforço da importância da especialidade
de Medicina Geral e Familiar, "impedindo a sua submissão
a interesses económicos alheios aos médicos
e a qualquer lógica que tenha em vista colocá-la
sob tutela dos hospitais", é outra das linhas
de apresentação da candidatura de José
Miguel Boquinhas, que não esquece os jovens médicos,
"exigindo uma formação profissional
e um internato médico adequado aos seus objectivos
e não permitindo a sua utilização
como mão-de-obra barata para colmatar deficiências
estruturais do sistema". O candidato a bastonário
da Ordem dos Médicos, pretende igualmente, "impor
ao poder político que os médicos e a sua
Ordem sejam ouvidos na definição de uma
política de saúde que tenha em conta os
elevados interesses dos doentes", exigindo "maior
participação da Ordem, através do
Conselho Nacional de Ensino e Educação Médica,
na política de ensino médico universitário".
Elaborar orientações sobre boas práticas
médicas, em estreita articulação,
com os Colégios das Especialidades, assim como
manter o princípio da sua eleição
e incrementar a formação profissional levada
e efeito pela Ordem e promover a sua descentralização,
garantindo a actualização dos conhecimento
aos médicos, em todo o País, são
também algumas das linhas mestras desta candidatura.
Contra Acordo Colectivo nos
Hospitais S.A
A concluir, José Miguel Boquinhas,
traçou como rumo a promoção do debate
sobre o futuro da profissão médica, em especial,
no que respeita "à aquisição
de novas responsabilidades e competências, ou à
sua transferência para outras profissões
de saúde, muitas vezes sem que os médicos
sejam ouvidos". A propósito do Acordo Colectivo
dos Hospitais, S.A., o candidato afirmou no dia 7 de Outubro,
que esta proposta para os hospitais com gestão
empresarial "abre uma guerra" à classe
médica e prometeu total oposição
caso seja eleito. Um dos pontos da proposta criticada
é a "diminuição em 30 por cento
dos salários dos médicos", a qual se
deve "ao fim do pagamento da exclusividade"
aos clínicos. O médico considera que, se
esta proposta for aplicada, as carreiras deixarão
de ser definidas consoante a qualidade dos profissionais,
mas sim através da "cunha". "Vão
deixar de ser os melhores a progredirem na carreira, mas
sim os conhecidos dos conselhos de administração",
afirmou. Outro "mau exemplo" desta proposta
lamentado por José Miguel Boquinhas é a
possibilidade de "licenciados sem a mínima
experiência poderem ser directores de serviço",
bastando para isso que sejam "amigos das administrações".
"Já era inaceitável que os directores
de serviço não tivessem de ser médicos,
mas agora a situação tende a piorar",
disse, afirmando que estas
medidas "vão contra a cultura médica".
Todas estas propostas são, para o candidato a bastonário
da Ordem dos Médicos, uma tentativa de "baixar
a massa salarial médica para ir buscar mão-de-obra
barata e oferecer de bandeja os hospitais aos grandes
grupos
económicos". Esta proposta "abre uma
guerra total à classe médica, tentando,
mais uma vez, fazer dos médicos os bodes expiatórios
do sistema, abrindo a porta à entrada de grandes
grupos financeiros, com a única intenção
de acabar com o Serviço Nacional de Saúde,
substituindo-o por um modelo com base nos seguros de saúde",
acusou.
As eleições para a Ordem dos Médicos
realizam-se a 15 de Dezembro. Na corrida estão
Pedro Nunes e João Rodrigues Pena, além
de José Miguel Boquinhas.
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