O autarca albicastrense elogia o trabalho desenvolvido pelos imigrantes na região
Estrutura pioneira na região
Imigrantes têm Centro de Apoio

Prestar apoio ao imigrante, num espaço de informação onde poderá obter respostas para todas as suas dúvidas. É este o objectivo do Centro Local que abriu na passada semana em Castelo Branco, na sede do projecto de luta contra a pobreza "Porta Aberta".


José Manuel Alves
NC / Urbi et Orbi


A cidade de Castelo Branco, passou a dispor de um Centro Local de Apoio ao Imigrante para o distrito. O novo centro que funciona em estreita parceria com o Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, é um espaço de informação, descentralizado, que visa ajudar a responder às questões que se colocam aos imigrantes que escolheram como país de acolhimento. Esta estrutura tem como missão proporcionar ao imigrante um local de respostas às suas perguntas através do Sistema Nacional de Informação ao Imigrante.
O atendimento em todos os centros é feito por um animador responsável, de segunda a sexta-feira, entre as 9 e as 14 horas. Estão disponíveis para utilização dos utentes um posto multimédia com acesso à Internet, uma impressora, um telefone com acesso directo e exclusivo à Linha SOS Imigrante e fichas temáticas em três línguas - português, inglês e russo relativas a pontos chave dos temas com maior relevância para o imigrante.
O novo espaço funciona em instalações cedidas pela autarquia na sede do projecto de Luta Contra a Pobreza "Porta Aberta", na Quinta da Fonte Nova, resultando de um protocolo de cooperação entre o Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas e a Associação de Desenvolvimento Amato Lusitano.
Recorde-se que desde 2002, o projecto de luta contra a pobreza tem prestado apoio às comunidades de imigrantes e minorias étnicas a residir no concelho de Castelo Branco, tendo auxiliado cerca de 100 estrangeiros.
Perante a procura constante de informações, o projecto "Porta Aberta" chegou a fazer um estudo da Lei de Imigração, de 25 de Fevereiro de 2003. Em parceria com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o projecto passou a fazer a divulgação através de uma rádio local, representando tal para o presidente da Associação de Desenvolvimento Amato Lusitano, Arnaldo Brás, a abertura deste centro "o culminar de um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo 'Porta Aberta', sem ter os meios que o centro disponibiliza".

Burocracia a mais

O secretário de Estado adjunto do ministro da Presidência, Feliciano Barreiras Duarte, que presidiu à inauguração do centro de apoio, lembrou que "fomos um País de emigrantes, factor que não podemos esquecer dado que em Portugal somos 10 milhões e temos mais cinco milhões espalhados por vários países" do mundo.
O governante, recordou que ao longo de dois anos e meio, o Governo tem procurado uma verdadeira política de imigração. "Estamos com a consciência tranquila pelo trabalho que temos levado a efeito, mas também conscientes daquilo que há ainda para fazer".
Numa procura constante em resolver os problemas da imigração, o padre António Vaz Pinto, Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, considera "haver um teia excessiva de burocracia que tem de ser simplificada, pois aquilo que hoje se ganha por Lei ou decreto, acaba por se perder na secretaria".
O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Joaquim Morão, afirmou. "Castelo Branco transformou-se num grande centro de imigrantes, em que a maior parte da sua actividade económica funciona com o trabalho destes homens e mulheres, pelo que se nos dias de hoje eles desaparecessem não sei como seria".
O autarca elogiou o trabalho desenvolvido junto da comunidade imigrante, por parte da Igreja e Associação Amato Lusitano, próximo daqueles mais carenciados.