Motivos económicos
Bombeiros vendem terreno para acabar com dificuldades
financeiras
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NC / Urbi et
Orbi
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A Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários da Guarda vai vender em hasta pública
um lote de terreno com mil e 200 metros - situado junto
ao antigo quartel e avaliado em mais de 900 mil euros
- destinado a construção urbana. A deliberação
já foi tomada em Assembleia Geral. O presidente
da entidade, Álvaro Guerreiro, considera esta verba
“fundamental para inverter a situação
financeira dos Bombeiros que, neste momento, é
muito difícil”.
A Associação Humanitária vive essencialmente
do produto da prestação de serviços
que faz a várias instituições, nomeadamente
o Hospital Sousa Martins, mas os pagamentos por parte
do estabelecimento de saúde, por exemplo, salienta
o responsável, “sofreram um atraso e neste
momento cifra-se na ordem dos seis meses de dívida”.
Uma situação considerada “absolutamente
incomportável” para uma Associação
que tem despesas permanentes com combustíveis,
consumíveis, viaturas e ordenados. Para além
de que, refere Álvaro Guerreiro, “neste momento
a situação é muito grave perante
os próprios fornecedores a quem já não
se pode pedir mais paciência pelo atraso”.
Da parte do Sousa Martins, o presidente terá recebido
uma comunicação em Agosto com a indicação
de que “a liquidação da dívida
junto das instituições de bombeiros foi
transferida para o Instituto de Gestão Financeira
do Ministério da Saúde e que será
através deles que, pelo menos a verba existente
até 30 de Junho, será paga”. “Já
dissemos ao Hospital que não fomos ouvidos nem
achados na cedência dessa dívida e, entretanto,
temos uma notícia oficiosa que há montantes
que irão ser pagos pelo Sousa Martins”. De
acordo com o responsável, a dívida da unidade
de saúde aos bombeiros ascende aos 100 mil euros,
valor idêntico ao que estes devem aos seus fornecedores,
pelo que Álvaro Guerreiro entende: “Por nós
a situação estaria equilibrada se tivéssemos
a ser pagos atempadamente pelos nossos serviços”.
Assim, parte dos 900 mil euros do terreno servirão
para adiantar pagamentos a fornecedores, como garante
o presidente dos Bombeiros da Guarda. E conclui: “Os
Voluntários vêem-se na eminência de
ter de recorrer a património próprio para
saldar dívidas que contraíram para conseguirem
prestar serviços a terceiros e, no entanto, continuam
a ser credores do Estado”.
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