O traje mais aprumado
e o meio da semana serviram como marcas distintivas de
uma reunião que se queria comemorativa. A comemorarem
os 134 anos, os deputados municipais falaram dos períodos
mais importantes da urbe, das figuras de destaque e pouco
mais. Eloquência e planos para o futuro faltam nesta
iniciativa, tal como o público em geral.
Apenas Jorge Fael, deputado pelo Partido Comunista conseguiu
arrancar alguma atenção a uma assembleia
composta pelos presidentes das juntas de freguesia do
concelho e alguns dirigentes associativos. Fael foi o
primeiro representante político a tomar a palavra.
Com uma intervenção morna, o deputado falou
dos últimos anos de gestão da cidade. De
entre as acções levadas a cabo pelo actual
executivo camarário, Fael resumiu as que mais o
marcaram. O comunista refere que “a Covilhã
é feita das pessoas que nela habitam, gentes que
ao longo dos tempos têm lutado por aquilo que julgam
ser o melhor”. A esta introdução polvilhada
de carácter “heróico”, seguiram-se
momentos de ataque cerrado à actual equipa social-democrata
que gere a câmara.
Para o deputado comunista, “a cidade atravessa períodos
de esquecimento”. Os campos sociais e culturais
são os mais afectados. Desde a falta de um espaço
cultural “há tanto prometido”, até
a espaços de lazer e convívio, “há
uma penúria cada vez mais generalizada”.
A oposição
lançou críticas às políticas
do actual executivo camarário
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Política “ditatorial” governa
a cidade
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Com uma linha discursiva de ataque, Jorge Fael provocou
alguma indisposição a vereadores e presidente
de câmara quando falou no relacionamento desta entidade
com “as pessoas, com a comunicação
social, com a cidade”. O comunista apresenta alguns
factos acontecidos na passada semana, com a proibição
da entrada de alguns profissionais da comunicação
social na câmara, para dizer que os políticos
que conduzem agora o concelho “dão-se mal
com críticas e propostas vindas de outras partes”.
Ainda que por alto, Telma Madaleno, deputada do Partido
Socialista também refere o mesmo aspecto. O discurso
do PS apresentou-se como uma autêntica história
da Covilhã. Escritores, médicos, políticos,
jornalistas e descobridores dividiram com pastores e tecelões
o tempo dado ao PS. No que respeita a contradições
e juízos de valor sobre a actuação
do executivo social-democrata, os socialistas mostram-se
contidos.
Contudo, os dois partidos de esquerda lembram que “a
Covilhã sempre se pautou pela liberdade, em todos
os seus aspectos”. Daí que os seus habitantes
vejam com muitos maus olhos “as políticas
ditatoriais que reinam na câmara municipal”,
adianta Jorge Fael.
Quinta do Lago e Casa da
Cultura |
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Demarcando-se por completo do discurso da oposição,
o deputado social-democrata Bernardino Gata elogiou os
“benefícios operados pelo executivo de Carlos
Pinto”. Gata, num tom algo fervoroso chegou mesmo
a dizer que fica espantado “com a Quinta do Lago
e com a Casa da Cultura”. Com ou sem trocas geográficas
e localizações desconhecidas, Gata tem uma
certeza. Nos 134 anos da Covilhã como cidade, “nunca
existiu ninguém como o actual presidente da câmara”.
A intervenção do deputado laranja terminou
com o pedido de recandidatura endereçado directamente
a Pinto.
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